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TERCEIRO SETOR
Combate à violência motivou criação de ONG
Com orçamento de R$ 17,6 mi, Viva Rio completa hoje dez anos
DA SUCURSAL DO RIO
A ONG (organização não-governamental) Viva Rio, uma das
mais conhecidas organizações da
sociedade civil carioca, completa
hoje dez anos com um orçamento
de fazer inveja a muitas ONGs. A
entidade teve sua verba aumentada em 70,8% entre 1999 e 2002. Os
recursos passaram de R$ 10,3 milhões para 17,6 milhões.
Em 2002, a maior parte da verba
foi obtida com o financiamento
de projetos por empresas privadas (R$ 8,3 milhões). A segunda
maior fonte de financiamento é o
governo (R$ 4,6 milhões).
Criada para ajudar a reverter o
quadro da violência do Rio, os
principais objetivos da organização são combater a venda de armas e dar oportunidade aos jovens que não completaram o ensino fundamental.
"O Viva Rio tem consciência de
sua contribuição para a sociedade, tivemos papel de liderança e
estamos contentes com o trabalho", afirma Rubem César Fernandes, presidente da ONG.
Hoje, há 25 projetos sociais em
andamento em cerca de 350 favelas e comunidades carentes da região metropolitana do Rio. Os
projetos são divididos em cinco
áreas: direitos humanos e segurança pública, desenvolvimento
comunitário, educação, esportes e
ambiente. Nos últimos dez anos,
23 projetos foram concluídos.
Em 2002, os projetos voltados
para segurança pública foram os
que receberam maior verba (R$
3,9 milhões), seguido dos projetos
de ambiente (R$ 3,4 milhões) e
educação comunitária (R$ 3,3 milhões). A maior atenção à segurança pública tem um motivo: foi
esse tema que motivou o surgimento da ONG, em 1993.
Naquele ano, duas chacinas deixaram 29 mortos no Rio. Em julho, oito menores de rua foram
assassinados na Candelária. No
mês seguinte, 21 moradores da favela de Vigário Geral foram mortos por PMs. A primeira mobilização ocorreu em 17 de dezembro
de 1993. "Milhares de pessoas foram às ruas vestidas de branco e
demos um abraço simbólico à
Candelária", afirma Fernandes.
Em 2001, a ONG teve problemas
com a Prefeitura do Rio. Auditoria do município constatou que
não havia comprovação de despesas por parte do Viva Rio de dinheiro fornecido pela Secretaria
de Trabalho (repasses que somavam R$ 10,8 milhões, referentes
ao período entre 1997 e 2001).
Segundo Fernandes, o problema foi solucionado e a organização tem hoje quatro convênios
com a secretaria.
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