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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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TERCEIRO SETOR

Combate à violência motivou criação de ONG

Com orçamento de R$ 17,6 mi, Viva Rio completa hoje dez anos

DA SUCURSAL DO RIO

A ONG (organização não-governamental) Viva Rio, uma das mais conhecidas organizações da sociedade civil carioca, completa hoje dez anos com um orçamento de fazer inveja a muitas ONGs. A entidade teve sua verba aumentada em 70,8% entre 1999 e 2002. Os recursos passaram de R$ 10,3 milhões para 17,6 milhões.
Em 2002, a maior parte da verba foi obtida com o financiamento de projetos por empresas privadas (R$ 8,3 milhões). A segunda maior fonte de financiamento é o governo (R$ 4,6 milhões).
Criada para ajudar a reverter o quadro da violência do Rio, os principais objetivos da organização são combater a venda de armas e dar oportunidade aos jovens que não completaram o ensino fundamental.
"O Viva Rio tem consciência de sua contribuição para a sociedade, tivemos papel de liderança e estamos contentes com o trabalho", afirma Rubem César Fernandes, presidente da ONG.
Hoje, há 25 projetos sociais em andamento em cerca de 350 favelas e comunidades carentes da região metropolitana do Rio. Os projetos são divididos em cinco áreas: direitos humanos e segurança pública, desenvolvimento comunitário, educação, esportes e ambiente. Nos últimos dez anos, 23 projetos foram concluídos.
Em 2002, os projetos voltados para segurança pública foram os que receberam maior verba (R$ 3,9 milhões), seguido dos projetos de ambiente (R$ 3,4 milhões) e educação comunitária (R$ 3,3 milhões). A maior atenção à segurança pública tem um motivo: foi esse tema que motivou o surgimento da ONG, em 1993.
Naquele ano, duas chacinas deixaram 29 mortos no Rio. Em julho, oito menores de rua foram assassinados na Candelária. No mês seguinte, 21 moradores da favela de Vigário Geral foram mortos por PMs. A primeira mobilização ocorreu em 17 de dezembro de 1993. "Milhares de pessoas foram às ruas vestidas de branco e demos um abraço simbólico à Candelária", afirma Fernandes.
Em 2001, a ONG teve problemas com a Prefeitura do Rio. Auditoria do município constatou que não havia comprovação de despesas por parte do Viva Rio de dinheiro fornecido pela Secretaria de Trabalho (repasses que somavam R$ 10,8 milhões, referentes ao período entre 1997 e 2001).
Segundo Fernandes, o problema foi solucionado e a organização tem hoje quatro convênios com a secretaria.


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