São Paulo, segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

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Médicos criticam dosagem dos medicamentos

FILIPE MARCEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Médicos consultados pela Folha disseram estranhar a forma como Ryan Gracie foi medicado pelo psiquiatra Sabino Ferreira de Farias Neto, na carceragem do 91º DP. Eles ressaltaram que o lutador deveria ter sido conduzido a um hospital logo que foi detido e tratado com outros tipos de remédios.
Para o médico psiquiatra José Antonio Ribeiro, que atua em uma clínica para dependentes químicos no interior de São Paulo, houve "imperícia" por parte de Farias Neto na escolha da dosagem. "Ele não precisava ter dado tanto remédio".
O psiquiatra Paulo César Sampaio, do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), acredita que a causa principal da morte de Ryan foi um erro no diagnóstico. "Eu nunca medicaria do jeito que ele medicou. Não era um quadro psiquiátrico, era clínico. Eu posso medicar uma agitação psicótica, mas um quadro de agitação causada por uso de droga é para ser levado ao hospital".
O médico Philip Ribeiro, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas em São Paulo, tem a mesma opinião; "O Leponex [um dos seis remédios ministrados a Ryan na delegacia] é usado para tratar esquizofrenia. Não teria a menor indicação nesse caso."
Segundo Bráulio Luna, médico cardiologista e membro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, tanto a escolha, como a dosagem, foram erradas nesse caso."A maioria dos remédios causa problemas ao coração. Todo psiquiatra sabe disso. Ele [Sabino] associou muita droga e, com isso, acabou aumentando as chances de o lutador ter um problema", apontou o médico, acrescentando ainda que uma sindicância deverá ser aberta para investigar o psiquiatra.


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