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Médicos criticam dosagem dos medicamentos
FILIPE MARCEL
DA REPORTAGEM LOCAL
Médicos consultados pela
Folha disseram estranhar a
forma como Ryan Gracie foi
medicado pelo psiquiatra Sabino Ferreira de Farias Neto, na
carceragem do 91º DP. Eles ressaltaram que o lutador deveria
ter sido conduzido a um hospital logo que foi detido e tratado
com outros tipos de remédios.
Para o médico psiquiatra José Antonio Ribeiro, que atua
em uma clínica para dependentes químicos no interior de São
Paulo, houve "imperícia" por
parte de Farias Neto na escolha
da dosagem. "Ele não precisava
ter dado tanto remédio".
O psiquiatra Paulo César
Sampaio, do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana),
acredita que a causa principal
da morte de Ryan foi um erro
no diagnóstico. "Eu nunca medicaria do jeito que ele medicou. Não era um quadro psiquiátrico, era clínico. Eu posso
medicar uma agitação psicótica, mas um quadro de agitação
causada por uso de droga é para
ser levado ao hospital".
O médico Philip Ribeiro, do
Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas em São
Paulo, tem a mesma opinião;
"O Leponex [um dos seis remédios ministrados a Ryan na delegacia] é usado para tratar esquizofrenia. Não teria a menor
indicação nesse caso."
Segundo Bráulio Luna, médico cardiologista e membro do
Conselho Regional de Medicina de São Paulo, tanto a escolha, como a dosagem, foram erradas nesse caso."A maioria dos
remédios causa problemas ao
coração. Todo psiquiatra sabe
disso. Ele [Sabino] associou
muita droga e, com isso, acabou
aumentando as chances de o
lutador ter um problema",
apontou o médico, acrescentando ainda que uma sindicância deverá ser aberta para investigar o psiquiatra.
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