São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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Secretário é suspeito por morte de prefeito

Wanderley de Aquino, 44, foi preso por apropriação indébita e exonerado da Secretaria de Habitação de Jandira

Aquino teve o seu sigilo telefônico quebrado por suspeita de que ele falou com assassinos de Braz Paschoalin (PSDB)


ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Wanderley Lemes de Aquino, 44, secretário de Habitação de Jandira (Grande SP), passou a ser investigado sob suspeita de ser o mandante da morte do prefeito Walderi Braz Paschoalin (PSDB), ocorrida há uma semana.
O agora ex-secretário foi preso ontem sob a acusação de apropriação indébita. Segundo a defesa de Paschoalin, a acusação refere-se a um processo de dez anos, época em que ele era presidente de uma associação de moradores e foi acusado de desviar verba da entidade.
Aquino foi preso quando chegava em seu gabinete. A polícia apreendeu documentos, o computador e até o lixo de sua sala em busca de possíveis provas que o liguem à morte de Paschoalin.
Por existir a suspeita de que Aquino tenha telefonado para um dos quatro homens presos sob a acusação de ter participado do crime, a Justiça determinou ontem a quebra de seu sigilo telefônico.
Para os investigadores, Aquino pode ter tramado a morte de Paschoalin por causa da disputa por propinas.
Um dos presos pela morte de Paschoalin, Felipe dos Santos Teodoro, liga o crime à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Felipe é filho de um acusado de tráfico de drogas morto há dois meses pela polícia e que era "sintonia" (gerente) do PCC em Jandira.
A interceptação de telefonemas de pessoas ligadas ao pai de Felipe ajudou a polícia a descobrir, sem querer, a localização dos acusados no mesmo dia do crime.
A partir daí, a investigação começou a destrinchar a relação das pessoas ouvidas nos telefonemas com o ex-secretário Aquino.
Uma das frentes da investigação tenta mostrar se Lázaro Teodoro Faustino, outro acusado pela morte do prefeito, é ligado a Patrick Lemes Aquino, filho do ex-secretário, condenado a oito anos por roubo desde 2006, e suspeito de integrar o PCC.
Faustino tem ligação com o ex-presidiário Claudinei Alves dos Santos, o Ney Santos, candidato a deputado federal não eleito nas últimas eleições pelo PSC (Partido Social Cristão) e acusado de usar postos de combustível para lavar dinheiro do PCC.


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