BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Pela primeira vez mapeados em uma pesquisa sobre consumo de drogas, alunos de escolas particulares já usaram mais substâncias ilícitas do que estudantes da rede pública de ensino.
A conclusão é de um levantamento feito neste ano com 50 mil alunos do ensino fundamental e médio em todas as capitais brasileiras, em parceria entre a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
De acordo com a pesquisa, divulgada ontem, 13,6% dos alunos de escolas privadas consultados afirmaram já ter usado alguma droga, exceto álcool e tabaco, pelo menos uma vez na vida. Entre os alunos de escolas públicas, esse percentual é de 9,9%.
Segundo Elisaldo Carlini, do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) e um dos responsáveis pela pesquisa, não existe uma razão específica para a maior índice de uso de drogas por alunos de escolas particulares -logo, com maior poder aquisitivo.
"Não temos explicação para isso ainda", disse.
Cerca de 30% das escolas particulares sorteadas para responder a pesquisa se recusaram a permitir o levantamento com alunos.
Segundo pesquisadores, não é possível afirmar que isso indique que os dados de consumo de droga nas escolas estejam subestimados.


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