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Megaoperação só faz 4 flagrantes
da Reportagem Local
Megaoperação envolvendo 500
homens das Polícias Civil e Militar
realizada ontem à tarde na cracolândia, região no centro de São
Paulo onde o uso e o tráfico de
drogas é mais intenso, havia conseguido, até as 18h, fazer apenas
quatro flagrantes de drogas.
Dois foram por uso de drogas e
outros dois por tráfico. Foram
presos por tráfico um desempregado que portava cerca de 20 pedras de crack escondidas dentro
de uma lata de refrigerante e um
nigeriano.
A cracolândia é uma região
compreendida entre as ruas General Osório, Guaianases, Timbiras e
Mauá. Nesse quadrilátero, jovens
consomem drogas nas ruas, principalmente o crack (que deu o
apelido à região), e em hotéis.
Além dessas autuações, foi feita
uma prisão por jogo do bicho e a
detenção de cinco pessoas procuradas pela polícia. Ao todo, a polícia havia averiguado 123 pessoas
até as 18h. A operação terminou às
20h, mas a polícia disse que só fornecerá os dados completos hoje.
Foram encaminhadas 22 crianças e adolescentes ao SOS Criança
e três ao posto móvel de atendimento da Secretaria de Estado da
Saúde na rua Prates. Dois dos menores tiveram de ir para o Hospital
Psiquiátrico de Vila Mariana.
Aparentavam estar drogados.
Outros órgãos
A operação reuniu, além dos policiais coordenados pelo secretário-adjunto da Segurança Pública,
Luiz Antonio Alves de Souza,
equipes das secretarias da Saúde,
do Contru (Departamento de
Controle do Uso de Imóveis) e do
Corpo de Bombeiros.
"O objetivo dessa operação é
mais amplo, não apenas policial.
Temos de recuperar esse espaço
público, que está sendo privatizado por gente que está à margem da
lei", disse Souza.
"A polícia está aqui muito mais
para dar apoio", afirmou o secretário da Segurança Pública, José
Afonso da Silva. "Não esperávamos grandes flagrantes. A nossa
preocupação era a conjunção de
esforços", disse Silva, referindo-se
ao pequeno número parcial de flagrantes de drogas.
A ação contou com 33 mandados de busca e apreensão destinados aos hotéis da região. Em muitos deles é que ocorrem o tráfico e
o consumo de drogas.
Segundo o diretor do Contru,
Carlos Alberto Venturelli, a maioria dos hotéis da região estão em
péssimas condições de funcionamento. No entanto, até as 19h, ele
não sabia quantos estabelecimentos poderiam ser interditados.
"Um dos problemas das interdições é que as pessoas não respeitam o lacre e invadem o imóvel fechado pela prefeitura. Nesse caso,
precisaria uma intervenção da polícia", disse Venturelli.
Segundo ele, alguns hotéis da
cracolândia representam perigo
para a população porque fazem ligação elétrica diretamente na rede
da Eletropaulo.
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