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Hidrelétrica pode ser origem dos casos
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
Órgãos de saúde e de meio ambiente de Goiás analisam a hipótese de a construção da usina hidrelétrica de Serra da Mesa ter
contribuído para o aumento dos
casos de febre amarela no Estado.
Em 1997, quando o lago de 1.784
km2 da usina começou a ser enchido, professores de epidemiologia da Universidade Federal de
Goiás alertaram sobre o risco de o
desequilíbrio ambiental aumentar os casos de doenças controladas na região. As turbinas da usina começaram a funcionar em
março de 1998.
Entomologistas (especialistas
em insetos) da Secretaria da Saúde de Goiás e técnicos da Agência
Goiana de Meio Ambiente e Recursos Naturais estão coletando
amostras de mosquitos Aedes
Aegypti e Haemagogus.
"É uma medida rotineira, para
verificar se há Aedes aegypti infectado. Se encontrarmos um Aedes contaminado, significa o perigo da volta da febre amarela urbana. Mas não há nenhum motivo
para alarmismo", afirmou Fernando Cupertino, secretário da
Saúde de Goiás.
Pelo menos três turistas que foram passar os feriados de Natal e
de Ano Novo na região de Alto
Paraíso contraíram febre amarela
silvestre no local.
"Não dá para afirmar categoricamente que o lago da usina Serra
da Mesa seja o responsável direto
pelos casos de febre amarela. Há
uma possibilidade", afirmou o assessor de comunicação da agência, Álvaro Valim.
Durante a elaboração do estudo
de impacto ambiental da construção da usina, a Fiocruz (Fundação
Oswaldo Cruz) teria feito um levantamento sobre a incidência
dos vetores da doença. O vírus da
febre amarela silvestre circula entre macacos que habitam as matas
e onde há presença do mosquito
transmissor da forma silvestre, o
Haemagogus.
Técnicos de saúde e meio ambiente afirmam que, em situação
de desequilíbrio ambiental, a circulação da doença entre os animais e, consequentemente, entre
os homens pode aumentar.
Colaborou Valéria de Oliveira, free-lance
para a Folha
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