São Paulo, Terça-feira, 18 de Janeiro de 2000


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Hidrelétrica pode ser origem dos casos

DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília

Órgãos de saúde e de meio ambiente de Goiás analisam a hipótese de a construção da usina hidrelétrica de Serra da Mesa ter contribuído para o aumento dos casos de febre amarela no Estado.
Em 1997, quando o lago de 1.784 km2 da usina começou a ser enchido, professores de epidemiologia da Universidade Federal de Goiás alertaram sobre o risco de o desequilíbrio ambiental aumentar os casos de doenças controladas na região. As turbinas da usina começaram a funcionar em março de 1998.
Entomologistas (especialistas em insetos) da Secretaria da Saúde de Goiás e técnicos da Agência Goiana de Meio Ambiente e Recursos Naturais estão coletando amostras de mosquitos Aedes Aegypti e Haemagogus.
"É uma medida rotineira, para verificar se há Aedes aegypti infectado. Se encontrarmos um Aedes contaminado, significa o perigo da volta da febre amarela urbana. Mas não há nenhum motivo para alarmismo", afirmou Fernando Cupertino, secretário da Saúde de Goiás.
Pelo menos três turistas que foram passar os feriados de Natal e de Ano Novo na região de Alto Paraíso contraíram febre amarela silvestre no local.
"Não dá para afirmar categoricamente que o lago da usina Serra da Mesa seja o responsável direto pelos casos de febre amarela. Há uma possibilidade", afirmou o assessor de comunicação da agência, Álvaro Valim.
Durante a elaboração do estudo de impacto ambiental da construção da usina, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) teria feito um levantamento sobre a incidência dos vetores da doença. O vírus da febre amarela silvestre circula entre macacos que habitam as matas e onde há presença do mosquito transmissor da forma silvestre, o Haemagogus.
Técnicos de saúde e meio ambiente afirmam que, em situação de desequilíbrio ambiental, a circulação da doença entre os animais e, consequentemente, entre os homens pode aumentar.


Colaborou Valéria de Oliveira, free-lance para a Folha

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