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Mosquitos na cidade são causa de risco
da Sucursal do Rio
Há um grande risco de uma epidemia de febre amarela na região
metropolitana do Rio, principalmente na Baixada Fluminense e
nos bairros da periferia da cidade.
Esta é a avaliação do epidemiologista Luciano Toledo, ex-chefe
do Departamento de Endemias
da Escola Nacional de Saúde Pública e atual coordenador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)
em Manaus (AM).
De acordo com Toledo, a grande infestação do mosquito Aedes
aegypti nessas regiões, somada
aos casos de contaminação de
pessoas que estiveram em áreas
onde existe a doença silvestre,
torna possível o ressurgimento da
febre amarela urbana.
Uma pessoa que esteja contaminada pode ser picada pelo Aedes aegypti, que passa então a ser
transmissor da doença.
"Se não houvesse o mosquito na
cidade, não haveria problema.
Bastava isolar o doente e tratá-lo",
disse.
De acordo com o epidemiologista, enquanto os casos se restringirem à febre amarela silvestre
-mosquitos picam macacos infectados e depois transmitem a
doença às pessoas-, não há risco
de surto.
Em entrevista à Folha, em maio
de 98, o epidemiologista já havia
previsto um surto da doença em
três anos. Na época, Toledo classificou a febre amarela, a malária e a
cólera, entre outras, como doenças que estavam ressurgindo por
causa da situação de "emergência
sanitária" vivida pelo país.
Toledo disse que se criou um
quadro propício à proliferação da
febre amarela no Estado do Rio
graças à urbanização desordenada: regiões densamente povoadas
e de baixa renda onde não há saneamento básico, coleta de lixo e
onde as condições de higiene são
precárias.
A demissão de quase 6.000
agentes da FNS (Fundação Nacional de Saúde), os "mata-mosquitos", na avaliação de Toledo, agravou a situação.
Segundo ele, sem o trabalho dos
agentes, houve uma diminuição
no combate ao Aedes aegypti
-também transmissor da dengue. O epidemiologista defende
vacinação em massa no Rio.
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