São Paulo, Terça-feira, 18 de Janeiro de 2000


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Mosquitos na cidade são causa de risco

da Sucursal do Rio

Há um grande risco de uma epidemia de febre amarela na região metropolitana do Rio, principalmente na Baixada Fluminense e nos bairros da periferia da cidade.
Esta é a avaliação do epidemiologista Luciano Toledo, ex-chefe do Departamento de Endemias da Escola Nacional de Saúde Pública e atual coordenador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Manaus (AM).
De acordo com Toledo, a grande infestação do mosquito Aedes aegypti nessas regiões, somada aos casos de contaminação de pessoas que estiveram em áreas onde existe a doença silvestre, torna possível o ressurgimento da febre amarela urbana.
Uma pessoa que esteja contaminada pode ser picada pelo Aedes aegypti, que passa então a ser transmissor da doença.
"Se não houvesse o mosquito na cidade, não haveria problema. Bastava isolar o doente e tratá-lo", disse.
De acordo com o epidemiologista, enquanto os casos se restringirem à febre amarela silvestre -mosquitos picam macacos infectados e depois transmitem a doença às pessoas-, não há risco de surto.
Em entrevista à Folha, em maio de 98, o epidemiologista já havia previsto um surto da doença em três anos. Na época, Toledo classificou a febre amarela, a malária e a cólera, entre outras, como doenças que estavam ressurgindo por causa da situação de "emergência sanitária" vivida pelo país.
Toledo disse que se criou um quadro propício à proliferação da febre amarela no Estado do Rio graças à urbanização desordenada: regiões densamente povoadas e de baixa renda onde não há saneamento básico, coleta de lixo e onde as condições de higiene são precárias.
A demissão de quase 6.000 agentes da FNS (Fundação Nacional de Saúde), os "mata-mosquitos", na avaliação de Toledo, agravou a situação.
Segundo ele, sem o trabalho dos agentes, houve uma diminuição no combate ao Aedes aegypti -também transmissor da dengue. O epidemiologista defende vacinação em massa no Rio.


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