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VIOLÊNCIA
Detentos fizeram 130 reféns em cadeia de Piracicaba; um preso morreu e 3 policiais ficaram feridos
Rebelião em SP termina após 23 horas
da Folha Campinas
da Reportagem Local
A rebelião da Cadeia Pública de
Piracicaba (170 km de SP) terminou ontem após 23 horas com
três policiais feridos e um preso
morto. Cerca de 130 pessoas -a
maioria familiares dos presos, entre elas 25 crianças- foram mantidas reféns pelos detentos.
Entre os reféns estava um bebê
de 9 dias, Jonathan, que havia sido levado pela mãe ao presídio
para o avô, que está preso, conhecer. A criança ficou 26 horas e
meia no cadeião. Após ser libertado, o bebê foi levado para um
pronto-socorro, onde foi examinado e liberado.
Os reféns começaram a ser liberados por volta das 13h15 de ontem. Eles não ficaram feridos,
mas 42 deles foram atendidos no
posto de saúde da Vila Rezende.
Os presos que ocupavam a cadeia começaram a rebelião antes
de uma tentativa de resgate frustrada. A cadeia tem capacidade
para 512 presos e abrigava 670.
Ao contrário do que a polícia
pensava, eles já estavam armados
dentro das celas e, por isso, conseguiram render os carcereiros.
O motim estourou no setor de
triagem, que fica entre o portão
principal e a entrada dos pavilhões. Os detentos, segundo funcionários, renderam dois carcereiros minutos antes da chegada
do primeiro carro de resgate.
Uma funcionária do cadeião
conseguiu sair, trancou o portão
e chamou reforço da PM. O plano
era sair do presídio e encontrar
dois carros do lado de fora.
Antes disso, soltariam outros
presos para enganar a polícia.
Os ocupantes desses veículos
foram recebidos a tiros pelos policiais que estavam do lado de fora do presídio.
A polícia encontrou baterias de
aparelhos celulares dentro das celas, com os quais os detentos estariam se comunicando com os homens envolvidos no resgate.
Dentro do cadeião, mais de 50
presos ocuparam o setor administrativo, as muralhas e as torres
de observação.
Eles também invadiram o almoxarifado da cadeia e roubaram uma metralhadora, seis espingardas calibre 12, seis pistolas
e 11 revólveres calibre 45.
A polícia suspeita que os parentes entraram com as armas no
presídio e abriu inquérito para
apurar o caso.
Houve troca de tiros com policiais militares que se reuniram na
frente da cadeia para conter a rebelião. Dois policiais civis foram
feridos e o soldado da PM Waldemar Rota levou um tiro no olho.
Até as 18h30 de ontem, Rota estava internado em coma induzido no Hospital dos Plantadores
de Cana de Piracicaba.
Pelo menos 20 presos fugiram
no resgate. Nenhum deles havia
sido encontrado até o final da tarde de ontem.
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