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São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 2003

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VIOLÊNCIA

O perito Nelson Massini vai analisar laudos sobre a morte do prefeito; família não acredita que o crime foi por acaso

Legista vai reavaliar caso Celso Daniel

DA REPORTAGEM LOCAL

O médico-legista Nelson Massini, professor das universidades federal e estadual do Rio de Janeiro, vai analisar os laudos sobre a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), a pedido da família e de promotores de Justiça que investigam o caso. Um ano depois do sequestro -Daniel foi morto dois dias depois-, a família diz não acreditar na versão policial de que o crime foi por acaso.
Massini já tem os laudos do Instituto Médico Legal de São Paulo e os depoimentos dos acusados. Seis homens foram denunciados pelo crime -além deles, dois menores estão internados na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor- e podem ser julgados até o final do ano no Fórum de Itapecerica da Serra (Grande SP).
O prefeito foi sequestrado em São Paulo, mas seu corpo foi encontrado em Juquitiba, na área da comarca de Itapecerica. O promotor Saulo Mohamari dos Santos Júnior afirmou que não pode dar informações porque o processo tramita em segredo de Justiça. Disse apenas que o julgamento pode ocorrer neste ano.
"Vamos comparar os depoimentos e os laudos para ver se há falhas. Não vai ser um laudo paralelo. Vamos analisar os documentos e encaminhar as dúvidas para o IML responder", disse Massini, que atuou no caso do massacre de Eldorado do Carajás (PA). "Se a dúvida permanecer, aí poderemos realizar exames próprios."
A família acredita que os seis presos devem ser os executores do crime, mas não na versão de que o sequestro foi por acaso, às 23h30 do dia 18 de janeiro de 2002. Parentes suspeitam que a morte tenha sido encomendada.
"O caso tem muitas lacunas e a família está convencida de que existe muita coisa a esclarecer", afirmou Bruno Daniel Filho, 50, irmão do prefeito. Ele disse que a família está disposta a pedir a exumação do corpo.
Massini afirmou que espera um contato dos promotores de Santo André, que reabriram a investigação do caso, para marcar uma reunião para analisar os documentos. A Folha não conseguiu localizar os promotores ontem.
O diretor do IML, José Jarjura Jorge Júnior, disse que a família tem o direito de contratar um perito particular, mas que isso não é necessário. "O PT acompanhou tudo de perto. O IML não tem nada a esconder", disse Jorge Júnior.
Na segunda, quando se completa um ano da morte de Daniel, a Prefeitura de Santo André realiza um ato religioso no parque que recebeu o nome do prefeito, na avenida Dom Pedro 2º.


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