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VIOLÊNCIA
O perito Nelson Massini vai analisar laudos sobre a morte do prefeito; família não acredita que o crime foi por acaso
Legista vai reavaliar caso Celso Daniel
DA REPORTAGEM LOCAL
O médico-legista Nelson Massini, professor das universidades federal e estadual do Rio de Janeiro,
vai analisar os laudos sobre a
morte do prefeito de Santo André
Celso Daniel (PT), a pedido da família e de promotores de Justiça
que investigam o caso. Um ano
depois do sequestro -Daniel foi
morto dois dias depois-, a família diz não acreditar na versão policial de que o crime foi por acaso.
Massini já tem os laudos do Instituto Médico Legal de São Paulo e
os depoimentos dos acusados.
Seis homens foram denunciados
pelo crime -além deles, dois menores estão internados na Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor- e podem ser julgados
até o final do ano no Fórum de
Itapecerica da Serra (Grande SP).
O prefeito foi sequestrado em
São Paulo, mas seu corpo foi encontrado em Juquitiba, na área da
comarca de Itapecerica. O promotor Saulo Mohamari dos Santos Júnior afirmou que não pode
dar informações porque o processo tramita em segredo de Justiça.
Disse apenas que o julgamento
pode ocorrer neste ano.
"Vamos comparar os depoimentos e os laudos para ver se há
falhas. Não vai ser um laudo paralelo. Vamos analisar os documentos e encaminhar as dúvidas para
o IML responder", disse Massini,
que atuou no caso do massacre de
Eldorado do Carajás (PA). "Se a
dúvida permanecer, aí poderemos realizar exames próprios."
A família acredita que os seis
presos devem ser os executores
do crime, mas não na versão de
que o sequestro foi por acaso, às
23h30 do dia 18 de janeiro de
2002. Parentes suspeitam que a
morte tenha sido encomendada.
"O caso tem muitas lacunas e a
família está convencida de que
existe muita coisa a esclarecer",
afirmou Bruno Daniel Filho, 50,
irmão do prefeito. Ele disse que a
família está disposta a pedir a exumação do corpo.
Massini afirmou que espera um
contato dos promotores de Santo
André, que reabriram a investigação do caso, para marcar uma
reunião para analisar os documentos. A Folha não conseguiu
localizar os promotores ontem.
O diretor do IML, José Jarjura
Jorge Júnior, disse que a família
tem o direito de contratar um perito particular, mas que isso não é
necessário. "O PT acompanhou
tudo de perto. O IML não tem nada a esconder", disse Jorge Júnior.
Na segunda, quando se completa um ano da morte de Daniel, a
Prefeitura de Santo André realiza
um ato religioso no parque que
recebeu o nome do prefeito, na
avenida Dom Pedro 2º.
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