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PM é acusado de mandar matar vizinhos
O cabo José Aparecido Ferreira foi preso pela corregedoria da corporação; 3 pessoas morreram e 2 ficaram feridas
O ataque aconteceu na tarde de domingo, na zona norte de São Paulo; parente relatou que existia uma rixa antiga entre as famílias
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O cabo da Polícia Militar José
Aparecido Ferreira foi preso
pela corregedoria da corporação, na madrugada de segunda-feira, sob suspeita de ter participado da chacina ocorrida na
tarde de domingo e que vitimou
três pessoas no Jardim Brasil
(zona norte de São Paulo), na
mesma rua onde ele mora.
Minutos antes, uma das vítimas da chacina, Vera Cristina
Molina, 39, havia discutido
com uma das filhas do cabo,
que é seu vizinho. A discussão,
segundo o que investiga o
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa),
começou por causa de um carro
parado na mesma rua.
Além de Vera, também foram
mortos a tiros a filha dela, a estudante Tamires Molina Keith,
19, e o namorado da jovem, o
vendedor Rafael da Rocha, 21.
Outras duas pessoas foram baleadas pelos assassinos, mas
não correm risco de morte. Todos estavam na calçada.
A reportagem não conseguiu
contato com Ferreira, que está
incomunicável na carceragem
da Corregedoria da PM, ou com
seus familiares.
Durante anos, o cabo Ferreira foi integrante da Corregedoria da Polícia Militar. Uma das
duas filhas e um genro dele
também são da corporação. Assim como o cabo, todos estão
sendo investigados.
Um sobrinho de Ferreira é
suspeito de ter liderado a matança na tarde de domingo.
O delegado Fábio Guedes Rosa, da Delegacia de Homicídios
Múltiplos do DHPP, deverá pedir à Justiça a prisão preventiva
do cabo e de seus parentes policiais nos próximos dias.
De acordo com um parente
de Vera e Tamires, que pediu
para não ter seu nome revelado
por temer represálias, a rixa entre as duas famílias se arrastava
havia mais de cinco anos.
"Eu escutei os tiros do meu
quarto. Quando cheguei, os
olhos delas ainda estavam piscando, mas eu não consegui salvá-las", disse o parente de Vera.
Desde domingo, os parentes
de Vera contam com escolta da
polícia para retornar à casa onde ocorreram as mortes. Dois
carros da PM vigiam, 24 horas
por dia, a casa onde o cabo vive
com a família, localizada quase
na frente do imóvel onde ocorreu o crime.
Recém-chegada da Suíça, onde foi trabalhar e estudar, Tamires iria se casar com o namorado Rafael no fim de fevereiro.
Os dois jovens iriam morar no
mesmo bairro, onde Tamires
vivia com a mãe havia 12 anos.
Procurado pela reportagem,
o delegado Fábio Guedes Rosa,
do DHPP, informou, por meio
da assessoria de imprensa da
Secretaria da Segurança Pública, que só pretende se manifestar sobre a prisão do cabo da
PM ao fim das investigações e
"que todas as hipóteses são
apuradas nesse momento."
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