São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2000


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JUSTIÇA
Paciente de Ribeirão com hepatite C obteve liminar; medicamento custa R$ 300
Estado é obrigado a dar remédio

LUÍS FERNANDO BOVO
editor da Folha Ribeirão

Uma liminar da Justiça de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo) obriga a prefeitura e o Estado a conceder gratuitamente ao representante comercial Waldenar Chubaci Filho o medicamento ribavirina, utilizado no tratamento de hepatite C.
A decisão, expedida no dia 1º de fevereiro pela 3ª Vara Cível, dá prazo de cinco dias para que a prefeitura e o Estado entreguem o remédio ao paciente.
O governo municipal já foi notificado e tem até o dia 21 para fazer a entrega do medicamento. Caso contrário, tanto prefeitura quanto Estado terão que pagar uma multa diária de R$ 500.
A prefeitura informou ontem que já deu o medicamento para outras seis pessoas que também conseguiram decisão semelhante na Justiça, mas que a responsabilidade pela entrega é do Estado.
O governo estadual informou que deverá fazer a entrega. Uma decisão judicial, tomada anteontem pela 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, obriga o Estado a dar o remédio aos doentes.
O preço de cada caixa chega a R$ 300. Normalmente, o paciente tem que tomar duas caixas por mês, como é o caso do representante comercial de Ribeirão.
"Meu cliente não teria como comprar e arcar com essa despesa mensal", disse o advogado Gustavo Salermo Quirino, 25, que representa Chubaci Filho.
O advogado recorreu aos artigos 6 e 196 da Constituição para obter a liminar judicial. Eles tratam da saúde como garantia do cidadão e dever do Estado.
Chubaci Filho é portador de hepatite C crônica e faz tratamento no Hospital das Clínicas de Ribeirão. O remédio foi indicado pelos médicos que o acompanham.
"No caso dele, o remédio não é para a manutenção do estado de saúde, mas para a vida. É uma questão de vida ou morte", disse.
A ribavirina é um antiviral com fortes efeitos colaterais, principalmente em mulheres grávidas. Os efeitos colaterais podem ser sentidos por até seis meses após a interrupção do uso. O medicamento busca a negativação do vírus da hepatite C. No entanto, segundo os especialistas, o remédio só tem efeito eficaz se associado a outro.


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