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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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CLIMA

Quatro das vítimas são de Campinas, onde há um desaparecido e outro ferido gravemente; vôos foram cancelados em Viracopos

Chuvas deixam pelo menos cinco mortos no Estado

Ricardo Lima/Folha Imagem
Bombeiros socorrem colega que ficou preso submerso na água e teve parada cardiorrespiratória durante salvamento de vítima em Campinas


DA FOLHA CAMPINAS
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA


As chuvas que caíram ontem deixaram pelo menos cinco mortos no Estado de São Paulo, quatro deles em Campinas. A maior chuva registrada na cidade nos últimos 40 anos, durante um único um dia, deixou também um ferido grave, um desaparecido e 150 pessoas desalojadas.
A prefeita Izalene Tiene (PT) decretou situação de emergência. Algumas ruas, como a Barão de Jaguara, foram tomadas pelas águas em uma altura de 1,5 m.
Em uma casa no bairro Parque Imperador, a Guarda Municipal localizou três corpos de vítimas de afogamento, uma criança, uma mulher aparentando 20 anos e um homem de 50 anos. Uma mulher também não-identificada morreu após ser sugada por uma tubulação de esgoto.
Durante o salvamento de uma vítima que ficou ilhada sobre uma lixeira, o sargento Doacir Assis, do Corpo de Bombeiros, ficou submerso na água e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ontem à noite, ele continuava internado, em estado grave, no Hospital das Clínicas da Unicamp.
No Jardim Melina, um homem também foi arrastado pela enchente e está desaparecido. Na noite de ontem, continuavam as buscas por possíveis desaparecidos na favela da rua Moscou.
No Aeroporto Internacional de Viracopos, 24 vôos de passageiros foram suspensos entre 14h26 e 14h51. No total, das 7h às 17h30, de ontem choveu 120 mm -sendo que choveu 316 mm em todo o mês de janeiro, em Campinas.

Muro, raio e piscinões
Em Indaiatuba e em Bauru, foi decretado estado de emergência. Em São Roque, o eletricista Marcelo Josias da Silva, 38, morreu porque um muro desabou sobre seu quarto.
Na Grande São Paulo, choveu das 7h às 13h, o que causou desabamentos e alagamentos. A capital registrou congestionamento recorde, neste ano, para o período da manhã: 99 km às 9h30 -mais de dez quilômetros a mais que a média para o horário.
A Defesa Civil do município atendeu três desabamentos de barracos e um deslizamento de terra que destruiu uma casa -todos sem vítimas e na região norte da capital. Só na Subprefeitura de Perus, choveu, em quatro horas, o equivalente a 40% da média de precipitações para o mês de fevereiro em toda a capital, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências).
Em Osasco (Grande SP), os moradores do Jardim Rochedale enfrentaram novas inundações. Pessoas ficaram ilhadas em suas casas e o trânsito foi interrompido na principal via que liga o centro à rodovia Anhanguera.
O secretário de Estado de Energia e Recursos Hídricos, Mauro Arce, afirma que um estudo preliminar indicou a necessidade de 13 piscinões nas cidades de São Paulo e Osasco, para minimizar as enchentes no Jardim Rochedale. Ele admite que a responsabilidade é do governo, uma vez que o problema envolve rios que cortam os dois municípios. Afirmou, entretanto, que não há previsão de quando os piscinões começarão a ser construídos.
Em Paranaguá (PR), um raio matou Nelson Roberto Cunha Filho, 45, anteontem à noite. Ele foi atingido quando caminhava na rua e morreu no local, em decorrência de queimaduras. Em outra rua, Nilson Moraes de Ramos, 33, ficou ferido ao ser atingido por fios da rede pública de energia.

Colaborou o "Agora"


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