|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
carnaval 2010
Ilusionismo dá título à Unidos da Tijuca
Com o enredo "É Segredo", escola é campeã após 74 anos; carnavalesco Paulo Barros leva o título pela primeira vez
Grande Rio ficou em segundo lugar, seguida por Beija-Flor, Vila Isabel, Salgueiro e Mangueira; todas voltam à Sapucaí no sábado
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Foram seis anos de espera,
dois vice-campeonatos e uma
passagem traumática por outra
escola, mas finalmente ontem o
carnavalesco Paulo Barros se
sagrou campeão do Carnaval
carioca com a Unidos da Tijuca.
É o segundo título da agremiação, que só vencera em 1936.
Alvo de críticas de outros carnavalescos por "espetacularizar" os desfiles e "militarizá-los" com um excesso de alas coreografadas, Barros fez um desfile mais leve -com apenas seis
alegorias, das oito habituais- e
mesclou suas marcas com alegorias clássicas e mais bem acabadas no enredo "É segredo".
A fórmula deu resultado, e a
Tijuca superou forças como
Grande Rio, em segundo lugar;
Beija-Flor, em terceiro; Vila
Isabel, em quarto; Salgueiro,
quinto; e Mangueira, em sexto.
Todas voltam no sábado à Sapucaí, no Desfile das Campeãs.
Para ganhar o título, Barros
disse que precisou amadurecer.
Mas manteve sua prioridade:
surpreender o público, como na
comissão de frente, em que bailarinas trocavam de roupa durante truques de ilusionismo.
No desfile deste ano havia
apenas duas "alegorias vivas": a
dos super-heróis, com Batmans
esquiando, e o último carro, cujos movimentos formavam um
pavão, símbolo da escola.
"Faltava maturidade e paciência. A vida nos ensina que
temos de ser pacientes. Descobri efetivamente agora um caminho para fazer Carnaval.
Descobri meu próprio segredo."
Barros disse que "finalmente
os jurados entenderam" seu
trabalho. "Demorou um pouco,
mas o moderno está aí para todo mundo ver e ter diversão."
Segundo ele, o "gostinho de
ser campeão na Tijuca não tem
preço". Foi a escola que levou o
ex-comissário de bordo do Grupo de Acesso para o Especial.
Nascido em Nilópolis (Baixada
Fluminense), Barros aprendeu
a fazer Carnaval ao ver as criações de Joãosinho Trinta no
barracão da Beija-Flor.
Em 2004, quando estreou na
Tijuca, levou o vice-campeonato após causar impacto com o
carro do DNA, um enorme cone
humano representando o código genético. Em 2005, mais uma
vez foi vice com um enredo sobre lugares e cidades perdidas.
Barros nunca desenvolve
enredos clássicos e cronológicos. Prefere temas genéricos.
Nem sempre deu certo. Em
2006, ainda na Tijuca, ficou em
sexto lugar. Em 2007, foi para a
Viradouro -rebaixada ontem-
e fez um enredo sobre o jogo,
que lhe deu o quinto lugar. No
ano seguinte, adotou um tema
confuso sobre coisas que causam arrepio e ficou em sétimo.
No meio de 2008, foi demitido da Viradouro e dividiu com
Alex de Souza o trabalho na Vila
Isabel sobre o Teatro Municipal
do Rio. Acabou em quarto.
Texto Anterior: Café Photo: Reabertura de boate é investigada Próximo Texto: Frase Índice
|