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ADMINISTRAÇÃO
Para vereadora, há racha sobre como votar caso de corrupção nas regionais
Governistas adiam mais uma vez CPI
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
O motivo dos sucessivos adiamentos para votação de duas propostas para criar uma CPI para investigar as denúncias de corrupção
nas administrações regionais é um
só: não há uma posição definida da
bancada de apoio ao prefeito Celso
Pitta sobre o que e como votar.
A bancada, que tem maioria na
Câmara, está dividida em pelo menos três blocos diferentes, segundo
a vereadora Miriam Athie (PPB).
1- Votar favorável à proposta de
CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) feita pelo vereador José
Eduardo Cardozo (PT).
2- Aprovar a CPI proposta pelo
vereador Brasil Vita (PPB) e só iniciar a investigação após a conclusão da apuração que está sendo feita pelo Ministério Público. Ainda
assim, deixar de fora da apuração
os vereadores, os secretários e o
prefeito.
3- Propor e aprovar uma outra
CPI, que ampliaria a investigação
de denúncias para os últimos 20
anos.
"Mas não podemos mais ficar
nessa indefinição. Não pode passar da semana que vem. Se a posição da bancada for votar contra a
proposta do PT, vamos ter que assumir isso. Não dá mais", declarou
ontem à Folha a vereadora Athie.
Ela disse que a posição dos governistas poderia ser definida em
uma reunião que aconteceria ontem à tarde.
O desabafo da vereadora sobre o
impasse para votar a CPI tem fundamento.
Ontem, pela quinta sessão consecutiva, houve manobra da bancada
governista para não colocar a CPI
em votação (veja quadro abaixo).
Nenhum vereador da bancada
assume, mas a sessão que começou
ontem com 30 vereadores só tinha
presença confirmada de 17 quando
foi pedida verificação pelo vereador Brasil Vita.
A sessão precisava da presença
de 19 parlamentares para continuar. Mesmo estando em plenário,
ao não responder chamada, eles
são considerados ausentes.
Dos 13 que "desapareceram", 9
eram do PPB. Os outros eram do
PMDB, PFL, Prona e PT.
"Foi outra manobra. Eles pediram verificação de presença em
um momento que não era necessário e preferiram encerrar a sessão",
disse o vereador Cardozo.
Vidente
Ontem, antes mesmo de a sessão
ser encerrada, o presidente da Câmara, Armando Mellão (PPB), já
tinha uma previsão de que isso
ocorreria.
"Agora há 28 vereadores em plenário. Para mim, é como se tivesse
14", disse cerca de 15 minutos antes do encerramento da sessão.
A frase do vereador e presidente
da Câmara era um resumo da
quantidade de votos que governistas e oposição tinham ontem, caso
a proposta de criação de CPI fosse
colocada em votação.
Ou seja, mesmo que fosse à votação, nem governistas nem vereadores da oposição conseguiriam
ontem os 28 votos para aprovar ou
vetar qualquer proposta de CPI.
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