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FEBEM
Entre a noite de anteontem e a tarde de ontem ocorreram dois motins no complexo da instituição em Franco da Rocha (Grande SP)
Diretor é ferido ao tentar conter 28ª rebelião do ano
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor de uma unidade de
Franco da Rocha da Febem ficou
ferido ontem ao tentar negociar
sozinho com 39 adolescentes que
participavam da 28ª rebelião do
ano no complexo. Entre a noite de
anteontem e a tarde de ontem
houve duas rebeliões envolvendo
três das seis unidades e 189 dos
655 internos do local. Para a Febem, houve apenas 14 rebeliões
em suas unidades no ano.
Às 12h30 de ontem, os 39 jovens
da unidade conhecida como internato iniciaram uma rebelião
reivindicando a ampliação até as
14h dos horários de visita, que é
feita nas manhãs de sábado e de
domingo.
Além disso, os adolescentes pediam que não precisassem usar
uniformes durante as visitas.
No início da rebelião, o diretor
da unidade, William Freire, foi sozinho tentar negociar com os adolescentes e acabou sendo agredido. Ele levou oito pontos na cabeça. Depois da saída do diretor, sete funcionários entraram na unidade para continuar as negociações. Eles só foram liberados por
volta das 15h.
Cerca de oito horas antes, terminava uma outra rebelião no
complexo. Por volta de 20h de anteontem, alguns internos da unidade 21 se rebelaram e pularam
um muro, invadindo a unidade
29, que também se amotinou. No
total, há 150 adolescentes nas duas
unidades.
Na confusão, 54 jovens conseguiram fugir pulando o muro. Até
a tarde de ontem, 26 adolescentes
haviam sido recapturados. Seis
funcionários foram feitos reféns,
sendo que os três últimos foram
liberados à 1h30.
A situação nas duas unidades só
foi controlada totalmente por volta das 4h da madrugada de ontem, com a volta dos internos para os dormitórios.
Ontem foram demitidos por
justa causa 27 funcionários condenados em sindicância interna
por facilitar que internos da unidade 31 se rebelassem no dia 12 de
janeiro. No dia, logo após a situação estar sob controle, todos os 34
funcionários que estavam de
plantão foram afastados. Seis deles voltaram a trabalhar antes de
aberta a sindicância, e outro foi
absolvido após as investigações.
Para o sindicato dos funcionários da Febem, as demissões "foram políticas e não jurídicas". Segundo o presidente do sindicato,
Antônio Gilberto da Silva, os funcionários irão recorrer da decisão
e farão greve de fome para pedir a
abertura de uma CPI para apurar
as condições da Febem. A Febem
informou que há provas da participação dos funcionários.
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