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SEQÜESTRO RELÂMPAGO
Outros integrantes do grupo foram identificados; grupo abordava as vítimas na chegada ou na saída de casa
Polícia prende 2 que agiam em Perdizes
ANDRÉ CARAMANTE
DO "AGORA"
Quase que diariamente, entre
dois horários específicos - das
6h às 7h e das 20h às 23h30-, homens bem-vestidos, quase sempre a bordo de carros caros, apareciam nas ruas da zona oeste da
capital, principalmente nas vias
do bairro nobre de Perdizes, para
praticar um dos crimes que mais
aterrorizam os paulistanos: o seqüestro relâmpago.
Ontem, depois de se prepararem para novamente entrar em
ação, dois desses homens -Alexandre da Silva, 24, e Lucas Barbosa de Oliveira, 24- foram presos graças a um trabalho de inteligência dos policiais do 23º DP
(Perdizes), que os caçavam pelo
bairro havia quase dois meses
(leia texto nesta página).
Silva -condenado a 12 anos
por roubo e foragido da Justiça-
e Oliveira foram surpreendidos
no cruzamento das ruas Capital
Federal e Aimberê.
Eles embarcavam em um Honda Fit preto, roubado na semana
passada e com o qual teriam praticado outros crimes.
Durante a prisão, houve tiroteio. Silva foi ferido na perna direita. Um terceiro homem acusado de integrar a quadrilha conseguiu escapar do cerco policial.
Grupo organizado
Outros cinco integrantes da
quadrilha foram identificados e
são agora caçados pela Polícia Civil. Eles são suspeitos de terem
praticado, desde o início do ano,
mais de 20 seqüestros relâmpagos
-sendo que duas das vítimas
desses casos eram juízes.
Segundo a delegada Nair Silva
de Castro Andrade, o grupo se
aproveitou das características
geográficas do bairro de Perdizes,
que é cheio de morros.
"Eles aproveitavam as grandes
ladeiras de Perdizes e as ruas com
iluminação fraca para abordar as
pessoas no horário em que as vítimas iam ou voltavam do trabalho.
Muita gente que voltava ou ia para a escola levar os filhos também
foi pega por esse homens", afirmou a delegada.
Astúcia
Para não serem reconhecidos,
Silva e Oliveira, assim como seus
comparsas, agiam sempre em
grupos de quatro.
Dois deles abordavam a vítima e
seguiam com ela no carro. Os outros utilizavam um veículo diferente para ir até os caixas eletrônicos efetuar os saques.
Dessa forma, os criminosos que
ficavam com as vítimas nunca seriam reconhecidos por meio das
gravações feitas pelas câmeras
instaladas pelos bancos nos caixas
eletrônicos.
Em muitos casos, além de dinheiro, os criminosos roubavam
jóias, celulares, cheques e cartões
de crédito das vítimas.
Os criminosos costumavam levar até mesmo o carro para utilizá-lo em futuras abordagens.
Outro lado
Ontem, o advogado dos acusados, Oscar Serra Bastos Júnior,
disse que não iria se pronunciar
sobre a prisão.
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