São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2005

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Sistema é modelo, diz Alckmin

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem, em Araçatuba (530 km de SP) , que não haverá mudanças no comando da Secretaria da Administração Penitenciária.
Alckmin ressaltou o trabalho do secretário Nagashi Furukawa à frente da pasta. "Doutor Nagashi Furukawa é o melhor secretário, talvez o melhor que há no Brasil."
Para o governador, o sistema prisional de São Paulo é modelo para o país. "Quando o Brasil tem problemas com presos, nós [governo de São Paulo] é quem socorremos. Nós tivemos no ano passado 0,13% de fugas no sistema penitenciário. Isso é um índice europeu."
Por volta de meio-dia, quando o governador tinha conhecimento da existência de apenas uma arma no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, onde dois agentes foram mortos, ele anunciou a instalação de um procedimento administrativo para apurar como ela havia chegado às mãos dos detentos.
"O que houve foi uma tentativa de fuga, ela foi barrada. Ninguém fugiu do centro de detenção provisória. Eram presos que estavam em trânsito por São Paulo para participar de audiências no fórum da Barra Funda e tentaram escapar do CDP. Um dos presos conseguiu uma arma [ao final da rebelião, outras armas foram encontradas]. Já abrimos procedimento para apurar como essa arma entrou no CDP. Infelizmente, dois agentes penitenciários foram baleados e um faleceu".
Alckmin declarou ainda não haver uma definição sobre o nome do novo ouvidor da polícia de São Paulo, que irá substituir Itajiba Cravo, exonerado da função após se envolver em um acidente que causou a morte de uma pessoa. "O Condepe [Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana] nos encaminha uma lista tríplice e nós escolheremos dessa lista."
Ontem, o Condepe (Condepe (Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana) mandou a lista tríplice com os nomes dos candidatos ao cargo de ouvidor da polícia de São Paulo. Por lei, cabe ao governador nomear o novo ouvidor. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu uma nova votação, alegando falta de transparência por parte do Condepe. Segundo o presidente do conselho, João Frederico dos Santos, as alegações da OAB não têm fundamento. Além de Santos, fazem parte da lista tríplice, os ex-ouvidores da polícia, Fermino Fecchio e Benedito Domingos Mariano.
Alckmin deve ainda anunciar hoje um pacote de medidas para tentar solucionar a crise na Febem. A entidade vem registrando, nos últimos dias, um número recorde de fugas, rebeliões e agressões a funcionários. "Amanhã [hoje], vamos anunciar um conjunto de medidas positivas, necessárias e importantes", disse, durante solenidade de lançamento de uma segunda fábrica da empresa Nestlé em Araçatuba (SP).


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