São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2005

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TRANSPORTE

Nova regra de repasse ficará suspensa por 90 dias

Após greve, Serra recua e aceita mudar pagamento de perueiros

RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo José Serra (PSDB) recuou ontem nas negociações com os perueiros e aceitou mudar a forma de pagamento pelo serviço, após a greve de anteontem que parou parte da cidade.
Por um período de 90 dias deve ficar suspenso o novo sistema de pagamento adotado desde o término das regras provisórias para as permissão, no último dia 5.
O sistema que motivou a greve adota as regras dos contratos firmados em julho de 2003, pela qual eles ganhariam entre R$ 0,63 e R$ 0,93 por passageiro.
Antes, pelas normas da regra transitória, eles recebiam tudo aquilo que arrecadavam, mas não ganhavam pelas baldeações gratuitas do bilhete único nem pela condução de idosos.
Com o acordo, por um período de três meses, o total arrecadado por peruas e ônibus será dividido em duas partes proporcionais aos custos de cada sistema.
Apesar das duas partes terem avaliado a reunião de mais de três horas na Secretaria Municipal dos Transportes como um avanço nas negociações, não houve acordo quanto a fatia do bolo que cabe a cada parte. As empresas de ônibus alegam que os perueiros têm direito a 30% do total arrecadado por mês -algo em torno de R$ 200 milhões. As cooperativas de peruas alegam que sua parte do bolo representa 40% do total.
"Nós somos responsáveis por 40% do transporte da cidade. Esse é o índice mínimo que aceitamos nessa divisão do total arrecadado", afirmou Senival Pereira de Moura, do Sindilotação.
Apesar de os perueiros não aceitarem o percentual, o valor recebido seria superior aos cerca de R$ 55 milhões previstos para serem repassados ao setor com a atual fórmula de cobrança.
Uma nova paralisação está descartada pelo menos até a próxima semana. Anteontem, a categoria promoveu uma greve geral em protesto por reajuste da remuneração que deixou 2 milhões de passageiros sem condução, 53 ônibus danificados, além de ter havido confronto com a polícia.
Hoje pela manhã, representantes da prefeitura e das cooperativas participarão de uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho para discutir a questão.


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