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SP lidera "exportação" de alunos para outros Estados
2.531 paulistas se matricularam em instituições federais fora do Estado via Enem
Além de ser o Estado que mais mandou estudantes para fora, São Paulo foi a unidade da federação que menos recebeu "forasteiros"
FÁBIO TAKAHASHI
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
São Paulo foi o Estado que
mais se beneficiou do sistema
unificado de seleção de calouros via Enem: recebeu poucos
estudantes de fora em suas universidades federais (169) e foi
quem mais "exportou" alunos
para outras regiões (2.531).
Os alunos paulistas tiveram
como principal destino Minas
(730 matrículas). Também tiveram saldo positivo expressivo PA, BA e SC. Por outro lado,
os Estados onde os alunos mais
foram prejudicados foram RS,
AM, PI e MT ("exportaram"
poucos e receberam muitos).
O governo Lula defende que
a mobilidade é positiva para a
qualidade do ensino superior,
por aumentar a competitividade. Além disso, afirma, permite
ao aluno disputar vários cursos
federais só com o Enem -beneficiando principalmente
candidatos de baixa renda.
Pesquisadores apontam como aspectos negativos a retirada de vagas de estudantes de locais com qualidade de ensino
médio inferior e a perspectiva
de aumento de evasão.
Antes do sistema unificado,
implantado ao final de 2009, o
MEC diz que menos de 1,5 % de
calouros se matriculavam em
instituição fora do Estado de
residência. Agora, são 25,3%.
Após três anos de cursinho,
Camila Ortega, 21, de SP, conseguiu vaga de arquitetura na
federal de Pelotas (RS). "Não
deu tempo para pensar. Soube
que passei na 2ª e, na 4ª, já tinha que fazer a matrícula."
O pesquisador Oscar Hipólito (ex-diretor da USP-São Carlos, hoje no Instituto Lobo) defende a mobilidade. "Há uma
interessante troca de experiências. Mas é preciso um grande
apoio financeiro ao aluno que
mora fora. Senão, ele desiste."
Dirigente de universidade federal, que pediu anonimato,
disse não fazer sentido criar vagas no interior do país e ocupá-las com alunos de grandes centros, "que voltarão assim que se
formarem". O MEC diz que elevou em 50% a verba para assistência estudantil e que irá atender 8.000 alunos com moradia.
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