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Deputado é suspeito de encomendar morte
Segundo a polícia, Geraldo Moreira da Silva (PMN), deputado estadual no RJ, foi o mandante do assassinato do médico Carlos Alberto Miranda
Segundo a investigação, o crime teve motivação passional e financeira; deputado presidiu Comissão de Direitos Humanos
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
O deputado estadual Geraldo
Moreira da Silva (PMN) é
apontado pela polícia do Rio
como mandante do assassinato
de um médico, namorado da
ex-mulher do parlamentar. A
conclusão consta do inquérito
encaminhado ao Ministério
Público Estadual.
Carlos Alberto Peres Miranda foi morto na manhã do dia 14
de março por dois homens que
ocupavam uma moto, na Tijuca, zona norte.
Para a polícia, o crime teve
motivação passional e financeira. O delegado titular da 19ª Delegacia Policial (Tijuca), Walter
de Oliveira, disse que há provas
testemunhais e circunstanciais
de que o deputado seria o mandante do assassinato.
Segundo Oliveira, Miranda
se relacionava com a ex-mulher
do deputado. O médico teria se
envolvido em questões financeiras da namorada, relativas
ao pagamento de pensão.
Miranda estava dentro de um
carro na rua Andrade Neves
quando foi atingido por tiros.
Os criminosos fugiram. Um
carro da PM que estava nas
proximidades perseguiu a dupla. Na perseguição, duas pessoas foram atropeladas.
Houve troca de tiros e um
dos suspeitos caiu da moto e foi
preso pela polícia. Junto com
ele foi apreendida uma pistola.
O outro suspeito foi preso perto
dali, na Tijuca, ao se envolver
em um acidente de trânsito.
Em depoimento na 19ª DP,
Ulisses Matheus de Castro, 23,
e Leandro Rosa da Silva, 26,
afirmaram que foram contratados por uma pessoa para executar o crime. Castro teria recebido R$ 10 mil para fazer os disparos e Silva, que conduzia a
moto, teria recebido R$ 5.000
para participar do assassinato.
O terceiro suspeito teria sido
o intermediário entre o deputado e os dois suspeitos presos.
Segundo o Ministério Público, o parlamentar será notificado e depois chamado para prestar depoimento. Como o deputado tem foro privilegiado, o
procurador-geral de Justiça,
Marfan Martins Vieira, conduzirá o processo. Segundo o procurador, três pessoas que participaram do assassinato já foram denunciadas. Uma delas
está foragida.
Terceiro mandato
Silva já foi filiado ao PDT e ao
PSB. Ele está no terceiro mandato e foi presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia do Rio, de 2004 a 2006.
Ele foi candidato a prefeito
de Duque de Caxias em 2000,
com o lema "O ser humano em
primeiro lugar".
A irmã do médico, Elisabete
Peres Miranda, disse ontem
que ficou surpresa com a suspeita de que um deputado teria
sido o mandante.
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