São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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Deputado é suspeito de encomendar morte

Segundo a polícia, Geraldo Moreira da Silva (PMN), deputado estadual no RJ, foi o mandante do assassinato do médico Carlos Alberto Miranda

Segundo a investigação, o crime teve motivação passional e financeira; deputado presidiu Comissão de Direitos Humanos

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

O deputado estadual Geraldo Moreira da Silva (PMN) é apontado pela polícia do Rio como mandante do assassinato de um médico, namorado da ex-mulher do parlamentar. A conclusão consta do inquérito encaminhado ao Ministério Público Estadual.
Carlos Alberto Peres Miranda foi morto na manhã do dia 14 de março por dois homens que ocupavam uma moto, na Tijuca, zona norte.
Para a polícia, o crime teve motivação passional e financeira. O delegado titular da 19ª Delegacia Policial (Tijuca), Walter de Oliveira, disse que há provas testemunhais e circunstanciais de que o deputado seria o mandante do assassinato.
Segundo Oliveira, Miranda se relacionava com a ex-mulher do deputado. O médico teria se envolvido em questões financeiras da namorada, relativas ao pagamento de pensão.
Miranda estava dentro de um carro na rua Andrade Neves quando foi atingido por tiros. Os criminosos fugiram. Um carro da PM que estava nas proximidades perseguiu a dupla. Na perseguição, duas pessoas foram atropeladas.
Houve troca de tiros e um dos suspeitos caiu da moto e foi preso pela polícia. Junto com ele foi apreendida uma pistola. O outro suspeito foi preso perto dali, na Tijuca, ao se envolver em um acidente de trânsito.
Em depoimento na 19ª DP, Ulisses Matheus de Castro, 23, e Leandro Rosa da Silva, 26, afirmaram que foram contratados por uma pessoa para executar o crime. Castro teria recebido R$ 10 mil para fazer os disparos e Silva, que conduzia a moto, teria recebido R$ 5.000 para participar do assassinato.
O terceiro suspeito teria sido o intermediário entre o deputado e os dois suspeitos presos.
Segundo o Ministério Público, o parlamentar será notificado e depois chamado para prestar depoimento. Como o deputado tem foro privilegiado, o procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira, conduzirá o processo. Segundo o procurador, três pessoas que participaram do assassinato já foram denunciadas. Uma delas está foragida.

Terceiro mandato
Silva já foi filiado ao PDT e ao PSB. Ele está no terceiro mandato e foi presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia do Rio, de 2004 a 2006.
Ele foi candidato a prefeito de Duque de Caxias em 2000, com o lema "O ser humano em primeiro lugar".
A irmã do médico, Elisabete Peres Miranda, disse ontem que ficou surpresa com a suspeita de que um deputado teria sido o mandante.


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