São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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INGEBORG JURISCH ROESLER (1924 - 2008)

As formas orgânicas da pintora carioca

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Olhando para fora do apartamento, Ingeborg Jurisch Roesler via as cores do Leblon, no Rio; para dentro, encontrava os "quadros orgânicos", com sementes e favas e frutos de três décadas de carreira. Olhasse, porém, para dentro de si, veria "alguém que tentou pintar o Brasil".
Filha de um alemão e uma alagoana, nasceu no Rio e estudou na Suíça -voltou uma pianista clássica, fluente em francês e alemão. "Refinadíssima", já era casada quando começou a pintar, fazendo cursos no Museu de Arte Moderna do Rio. Diz o "Dicionário de Artes Plásticas do Brasil" que sua primeira exposição foi no 1º Salão de Artes Plásticas do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, em 1960.
Participou então de três bienais em São Paulo, entre 1963 e 1967, e expôs, no mesmo MAM onde tivera aulas, uma série de instalações em palha que depois viajaria a Europa -antes que o museu pegasse fogo, em 1978.
Habitué mesmo, porém, era da Petite Galerie, em Ipanema. Lá a moça sardenta de olhos verdes, "sempre chique, chiquérrima", desfilava entre os nomes da arte carioca nos vernissages dos anos 1970, 1980, "até cansar".
Morreu no dia 6, de falência múltipla dos órgãos, aos 83. Ficaram as duas netas e as duas filhas, uma artista plástica e outra editora de livros de arte -ainda maravilhadas com a pasta de antigas gravuras da mãe, encontradas no apartamento do Leblon.


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