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INGEBORG JURISCH ROESLER (1924 - 2008)
As formas orgânicas da pintora carioca
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Olhando para fora do apartamento, Ingeborg Jurisch Roesler via as cores do Leblon, no Rio; para dentro, encontrava os "quadros orgânicos", com sementes e favas e
frutos de três décadas de carreira. Olhasse, porém, para
dentro de si, veria "alguém
que tentou pintar o Brasil".
Filha de um alemão e uma
alagoana, nasceu no Rio e estudou na Suíça -voltou uma
pianista clássica, fluente em
francês e alemão. "Refinadíssima", já era casada quando
começou a pintar, fazendo
cursos no Museu de Arte
Moderna do Rio. Diz o "Dicionário de Artes Plásticas
do Brasil" que sua primeira
exposição foi no 1º Salão de
Artes Plásticas do Instituto
Cultural Brasil-Estados Unidos, em 1960.
Participou então de três
bienais em São Paulo, entre
1963 e 1967, e expôs, no mesmo MAM onde tivera aulas,
uma série de instalações em
palha que depois viajaria a
Europa -antes que o museu
pegasse fogo, em 1978.
Habitué mesmo, porém,
era da Petite Galerie, em Ipanema. Lá a moça sardenta de
olhos verdes, "sempre chique, chiquérrima", desfilava
entre os nomes da arte carioca nos vernissages dos anos
1970, 1980, "até cansar".
Morreu no dia 6, de falência múltipla dos órgãos, aos
83. Ficaram as duas netas e
as duas filhas, uma artista
plástica e outra editora de livros de arte -ainda maravilhadas com a pasta de antigas
gravuras da mãe, encontradas no apartamento do Leblon.
obituario@folhasp.com.br
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