São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

KIICHI FUJIWARA (1924-2011)

Um japonês de português perfeito

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Havia 25 anos que o japonês Kiichi Fujiwara ia à missa todos os dias, sempre acompanhado da mulher, a mineira Ana Maria. De família budista, converteu-se ao catolicismo para se casar, em 1959.
Com ela, Sergio, como era conhecido desde que chegou a São Paulo, aos dois anos, teve cinco filhos. Em Apucarana (PR), onde morava desde a juventude, construiu um condomínio só para a família: queria todos ao seu lado.
Sergio também se preocupava com quem não tinha família. Ajudou a construir o Abrigo do Menor. "Além da ajuda financeira, foi o mestre de obras", diz a filha Ceila.
Criado no interior de SP, onde trabalhou na lavoura com os pais, cursou contabilidade na Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), mas nunca exerceu a profissão. Gostava mesmo era de lidar com a terra e o comércio.
Em Apucarana, comercializou café, tornando-se um dos maiores exportadores do grão no país. Em 1975, quando uma geada dizimou as plantações da região, foi trabalhar com couro. Anos depois, criou a Fujiwara Calçados -hoje aos cuidados dos filhos, mas com outro nome.
Sergio voltou uma única vez ao Japão. Gostou muito do país, mas nunca pensou em deixar o Brasil. Segundo o filho Carlos, "ele era mais brasileiro do que muito brasileiro e fazia questão de falar português sem sotaque".
Sergio morreu na última quarta-feira, aos 87 anos, por causa de uma embolia pulmonar. No seu velório, foram realizadas três missas e uma celebração budista. Deixa viúva, filhos e 15 netos. A missa do sétimo dia será nesta quarta, em Apucarana.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Começar de novo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.