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TERROR DOS PAULISTAS
Aumento de ocorrências, principalmente no interior, leva a polícia a preparar uma força-tarefa
Seqüestros crescem e assustam Alckmin
ALEXANDRE HISAYASU
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de Geraldo Alckmin
(PSDB) ter negado no começo do
mês tendência de aumento, o crime de seqüestro cresceu ainda
mais em abril e maio e assusta o
governo paulista. Desde ontem, a
polícia prepara uma força-tarefa.
A principal preocupação é o aumento de casos no interior.
Neste ano, em um período de
quatro meses e meio, foram registrados 44 seqüestros no Estado.
No primeiro semestre de 2004
-de janeiro a junho-, foram 55
casos. São os dados do interior
que mais chamam a atenção.
Foram 15 ocorrências (com cativeiro e pedido de resgate) de janeiro até ontem no interior, área
que também abrange o litoral. Esse número supera os 13 registrados em todo o primeiro semestre
de 2004. A região de Campinas,
responsável por cinco casos neste
ano, é a mais problemática.
O medo da propagação dos seqüestros pelo interior levou ontem a uma reunião emergencial
na DAS (Divisão Anti-Seqüestro).
Foram convocados delegados responsáveis por combater o crime
fora da Grande São Paulo, além de
policiais especializados em homicídio e delitos contra o patrimônio, como roubo de carga.
Segundo o diretor do Deic (Departamento de Investigação sobre
o Crime Organizado), Godofredo
Bittencourt, o seqüestrador de
hoje migrou de outras modalidades de crimes, como homicídios e
roubos de carga. "Há necessidade
de juntarmos os departamentos
para trocarmos dados."
A polícia investiga a migração
de seqüestradores. Enquanto a
capital ficou 41 dias sem seqüestros, pelo menos oito casos ocorreram no interior.
As estatísticas do primeiro trimestre de 2005 -de janeiro a
março- já identificavam um
crescimento de 27% no número
de seqüestros no Estado em relação ao mesmo período de 2004.
Na divulgação dessas estatísticas, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou que a reorganização
de antigas quadrilhas de seqüestradores, principalmente no interior, era responsável pelo aumento. Mas disse acreditar que o fenômeno não iria se repetir. Quando
Abreu Filho afirmou isso, no último dia 2, quatro pessoas estavam
seqüestradas -uma na capital
paulista e três no interior. Ontem,
havia oito reféns -quatro na capital e quatro no interior.
Alckmin -cotado para disputar a Presidência pelo PSDB e que
tem na segurança seu ponto mais
vulnerável- também negou haver uma tendência de aumento.
No dia 3, disse que os dados de
abril (quatro casos) desmentiam a
tendência de alta. De 1º de abril
até ontem, 16 casos foram registrados (seis na capital, dois na
Grande São Paulo e oito no interior). Alckmin não se posicionou
ontem sobre os novos números.
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