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CRISE NA SAÚDE
Pacientes de unidade em Guarulhos reclamam que não há medicamento para tratamento anti-Aids
Hospital em SP sofre com falta de remédio
DO "AGORA"
Pacientes que fazem tratamento contra Aids no complexo
hospitalar estadual Padre Bento,
em Guarulhos, na Grande São
Paulo, dizem que, há aproximadamente um ano e meio, é constante a falta de medicamentos
necessários para impedir o
avanço da doença. A reportagem esteve ontem no hospital e
constatou que, além dos remédios, faltam até pijamas e camisolas para os doentes, que estão
sendo obrigados a vestir "fraldões" improvisados.
Além disso, a reportagem encontrou um aparelho de tomografia novo que, apesar de ter sido entregue ao hospital em novembro do ano passado, nunca
foi colocado em uso e ainda está
dentro de uma caixa.
"O aparelho que o hospital usa
tem dez anos e já não funciona
direito. Por que eles não tiram o
novo da caixa?", questiona o
aposentado Manoel Fernandes
Neto, 53.
Fernandes descobriu que é
HIV positivo há oito anos. Desde então faz tratamento no hospital em Guarulhos.
A reportagem o acompanhou
até a farmácia do setor de DSTs
(Doenças Sexualmente Transmissíveis), onde pediu os medicamentos leucovorin, bactrim,
daraprim e complexo B, e ouviu
de uma funcionária que os remédios estão em falta há, pelo
menos, um mês.
"Fraldão"
No setor de internação de
DSTs, a reportagem encontrou
três pacientes. Dois deles usando
fraldões improvisados e um,
roupas que trouxe de casa.
Segundo o paciente Wagner
Roberto Pessoa, 38, que foi internado há aproximadamente quatro semanas, nunca lhe deram
camisola ou pijama. Para não ficar nu, puseram-lhe uma fralda
de pano.
Segundo a Secretaria Estadual
da Saúde, a diretora do hospital
foi exonerada do cargo e, há dois
dias, assumiu uma nova diretora, Maria Madalena Bozzo.
Apesar de a reportagem flagrar
os pacientes usando fraldas improvisadas, a pasta afirma que
não há falta de roupas para os
doentes e que, "se há", isso seria
culpa de funcionários e seria alvo de investigação pela diretoria.
Sobre a falta de remédios, a secretaria informou que não há
falta de medicamentos e que somente os remédios daraprim,
complexo B e sulfadiazina fazem
parte da lista de medicamentos
distribuídos no hospital.
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