São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2005

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CRISE NA SAÚDE

Pacientes de unidade em Guarulhos reclamam que não há medicamento para tratamento anti-Aids

Hospital em SP sofre com falta de remédio

DO "AGORA"

Pacientes que fazem tratamento contra Aids no complexo hospitalar estadual Padre Bento, em Guarulhos, na Grande São Paulo, dizem que, há aproximadamente um ano e meio, é constante a falta de medicamentos necessários para impedir o avanço da doença. A reportagem esteve ontem no hospital e constatou que, além dos remédios, faltam até pijamas e camisolas para os doentes, que estão sendo obrigados a vestir "fraldões" improvisados.
Além disso, a reportagem encontrou um aparelho de tomografia novo que, apesar de ter sido entregue ao hospital em novembro do ano passado, nunca foi colocado em uso e ainda está dentro de uma caixa.
"O aparelho que o hospital usa tem dez anos e já não funciona direito. Por que eles não tiram o novo da caixa?", questiona o aposentado Manoel Fernandes Neto, 53.
Fernandes descobriu que é HIV positivo há oito anos. Desde então faz tratamento no hospital em Guarulhos.
A reportagem o acompanhou até a farmácia do setor de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), onde pediu os medicamentos leucovorin, bactrim, daraprim e complexo B, e ouviu de uma funcionária que os remédios estão em falta há, pelo menos, um mês.

"Fraldão"
No setor de internação de DSTs, a reportagem encontrou três pacientes. Dois deles usando fraldões improvisados e um, roupas que trouxe de casa.
Segundo o paciente Wagner Roberto Pessoa, 38, que foi internado há aproximadamente quatro semanas, nunca lhe deram camisola ou pijama. Para não ficar nu, puseram-lhe uma fralda de pano.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, a diretora do hospital foi exonerada do cargo e, há dois dias, assumiu uma nova diretora, Maria Madalena Bozzo.
Apesar de a reportagem flagrar os pacientes usando fraldas improvisadas, a pasta afirma que não há falta de roupas para os doentes e que, "se há", isso seria culpa de funcionários e seria alvo de investigação pela diretoria.
Sobre a falta de remédios, a secretaria informou que não há falta de medicamentos e que somente os remédios daraprim, complexo B e sulfadiazina fazem parte da lista de medicamentos distribuídos no hospital.


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