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Gestão Serra definirá metas para verba de novo instituto
Nova unidade do Hospital das Clínicas começará a funcionar em agosto após 20 anos de paralisações e obras
Modelo de gerenciamento prevê que o dinheiro será liberado mediante contrato
que estabelece número de atendimentos a ser atingido
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão José Serra (PSDB)
irá definir metas de atendimento para os recursos destinados ao Instituto Doutor Arnaldo, nova unidade do Hospital das Clínicas que deve começar a funcionar em agosto após
20 anos de paralisações e obras.
Ele terá três áreas prioritárias: saúde da mulher e do recém-nascido, transplantes e
procedimentos cirúrgicos complexos e oncologia cirúrgica.
O gerenciamento da unidade
será uma parceria entre o HC e
a Secretaria Estadual da Saúde
e o orçamento somente será liberado mediante um contrato
no qual metas de atendimento
estarão especificadas.
Assim, o dinheiro já terá uma
destinação pré-definida pelas
duas partes ao chegar ao instituto. Caso seja necessário algum recurso de emergência, seja para equipamentos ou procedimentos, será preciso negociar com a secretaria.
Apesar de o hospital e a secretaria afirmarem que o novo
modelo visa uma maior transparência nos gastos, há quem
tema a perda de autonomia. Isso porque, hoje, parte do orçamento é gasto segundo prioridades definidas pelo HC.
O novo instituto terá apenas
um orçamento. "Ele será formado pelo tesouro estadual e
pelas verbas do SUS, definido
anualmente com variabilidade
de 10%", diz o assessor técnico
da secretaria Wladimir Taborda, que acompanha a implantação do instituto.
Nesse orçamento, que contemplará também ensino e pesquisa, não estão incluídos gastos com novos equipamentos
nem projetos especiais.
Os outros seis institutos que
compõem o complexo HC recebem recursos orçamentários
de três fontes principais: 60%
vêm do tesouro estadual (são
R$ 630 milhões previstos para
este ano), 35% são repasses do
SUS (Sistema Único de Saúde)
e 5% chegam via atendimentos
dos planos de saúde. Apenas os
recursos vindos do SUS têm
metas estabelecidas.
As verbas do tesouro estadual são usadas de acordo com
prioridades estabelecidas pelo
Hospital das Clínicas. "Mas não
fazemos isso aleatoriamente.
Algumas prioridades já vêm
sendo definidas com a secretaria há alguns anos", afirma José
Manoel de Camargo Teixeira,
superintendente do HC.
Com essa verba, porém, o
hospital pode decidir comprar
um novo equipamento sem
precisar pedir autorização.
Taborda afirma que as mudanças visam simplificar o gerenciamento e tornar a administração ainda mais transparente e objetiva. "Por esse modelo de gestão, serão definidas
metas que o HC terá de atingir.
E não só de quantidade como
de qualidade do serviço", diz. A
secretaria estabelecerá, em
parceria com o hospital, quantas quimioterapias, por exemplo, terão de ser feitas por mês
ou quantas pesquisas de neonatologia serão desenvolvidas.
O novo modelo de gestão, porém, trouxe apreensão à comunidade médica, já que alguns
funcionários do hospital vêem
a mudança como uma perda de
autonomia do HC.
Para Taborda, a autonomia
está garantida. "No começo da
proposta havia dúvidas, que foram esclarecidas."
Teixeira explica que o modelo está sendo finalizado. Ainda
não há definição do número de
contratações e dos custos.
A Folha apurou que o governo recebeu informações de que
esses custos chegariam a R$
200 milhões por ano e que seriam contratados 5.000 funcionários (todo o complexo do HC
tem cerca de 14 mil), números
considerados altos demais pela
administração Serra.
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