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Aluna critica as cotas e entra pelo sistema universal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A aluna de jornalismo Adriana Caitano, 22, preferiu prestar
o vestibular pelo sistema universal. Passou na UnB (Universidade de Brasília) no mesmo
semestre que a universidade
abriu vagas para cotistas e hoje
está a sete meses da formatura.
"Senti certo orgulho por ter
passado por mérito. Acho que a
cota já é uma forma de preconceito, parece dar o atestado de
que o negro não entra por conta
própria na UnB", disse Adriana.
Quando passou na UnB, amigos, colegas e parentes distantes passaram a perguntar se ela
tinha entrado na universidade
por meio das cotas. A universidade permite que o candidato
negro escolha por qual sistema
quer fazer a prova.
Base na escola particular
Adriana diz que escolheu o
vestibular universal por motivos diversos. Um deles é que
Adriana sempre estudou em
escolas particulares, apesar de
ter, segundo ela, certa dificuldade financeira.
"Mas eu sabia que a base que
eu tinha da escola era boa para
entrar na universidade", afirmou Adriana.
A razão mais forte alegada
por Adriana para não ter optado pelo sistema de cotas raciais
no vestibular da UnB, no entanto, é que ela não se identifica
com a cultura negra -mesmo
ela dizendo que tem traços que
a caracterizariam para as cotas
e tendo feito a inscrição no vestibular como "parda".
"Eu nunca me considerei negra. Sou morena, mulata, não
sei bem o que me considero.
Tem famílias com uma cultura
forte de negritude, comigo não
foi assim", disse Adriana.
A aluna respeita a opção dos
colegas de UnB que entraram
na universidade pelos sistema
de cotas raciais, mas defende
outra forma de política pública
na área educacional brasileira,
como reserva de vagas para escolas públicas e mais investimento no ensino público.
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