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Vacas de área contaminada são levadas para abrigo em Atibaia, no interior de SP
FRANCISCO FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Zoiúdo, sete meses, nasceu
em um abrigo da prefeitura.
Sua mãe, contaminada depois
de dormir anos espremida
entre um córrego e o muro de
uma indústria química, morreu logo após seu nascimento.
Zoiúdo não chegou a conhecer o local de origem de sua
família -o Jardim Keralux,
área localizada próxima a um
pólo industrial em Ermelino
Matarazzo (zona leste de SP).
Mas ele continua na companhia de vacas que saíram
desse bairro, aguardaram cinco meses em uma pequena
baia de cimento e percorreram 60 km até encontrar um
pasto tranqüilo, na cidade de
Atibaia. Com isso, elas deixaram para trás o bairro contaminado onde vivem hoje
8.000 pessoas. Até o último
dia 13, também moravam cerca de 70 bovinos.
Segundo um vizinho da antiga criação, o dono do rebanho -que não foi localizado
pela reportagem- chegou a
ter 87 animais. Até que, em
agosto do ano passado, recebeu uma visita da Vigilância
Sanitária, motivada por um
abaixo-assinado da comunidade. Os técnicos decidiram
apreender bois e vacas. Ao todo, dois bois e dez vacas -entre as quais a mãe de Zoiúdo-
foram para o Centro de Controle de Zoonoses. Após cinco
meses, foram levados para
um produtor de Atibaia Rogério Costa, que aceitou cuidar
do gado. No último dia 13, todas as cabeças de gado que estavam no Jardim Keralux
deixaram o local.
Se o gado escapou do local
contaminado, cerca de 8.000
pessoas ainda continuam a
viver no bairro, que apresenta
problemas de poluição tanto
no solo quanto no ar. Segundo Fátima Hangai, médica sanitarista da Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental
da Prefeitura de São Paulo, a
situação é preocupante.
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