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VIOLÊNCIA
Quase 40% delas têm relação com o tráfico de drogas; PMs foram suspeitos de crimes em Francisco Morato
Chacinas crescem 156% em 98 na Grande SP
da Reportagem Local
O número de chacinas na Grande São Paulo cresceu 155,5% neste
ano em comparação com o mesmo período do ano passado,
quando aconteceram 18 casos.
Em 1998, as matanças já somam
46 casos com 162 mortes, quase os
mesmos números registrados durante todo o ano de 97, quando a
Secretaria da Segurança Pública de
São Paulo registrou 47 chacinas
com 162 pessoas mortas.
Segundo a polícia, a motivação
principal desse tipo de crime é a
ligação com o tráfico de drogas.
Dos casos deste ano, 39,1% se enquadram nesse perfil e das matanças de 1997, são 23,4%.
Permanecem com a motivação
desconhecida pela polícia 13 casos
(28,2%) deste ano e 16 chacinas do
ano passado (34%).
De acordo com a Coordenadoria
de Combate às Chacinas, criada
em 1995, das mortes em 1998, 80
ocorreram na cidade de São Paulo
e 82 nos outros municípios da região metropolitana.
As chacinas na cidade de São
Paulo são as que a polícia mais resolve. Neste ano, dos 15 casos considerados solucionados na Grande
São Paulo, 11 são da capital.
Isso se reflete também na quantidade de acusados identificados e
de presos. Ao todo, a polícia diz ter
identificado 26 acusados por matanças ocorridas na cidade de São
Paulo neste ano e prendido 15 deles. No ano passado, foram 39 acusados identificados e 17 presos.
Já nos outros municípios da
Grande São Paulo, 11 acusados de
crimes de 1998 foram identificados e quatro, presos. Em 1997, foram identificados 22 acusados e
dez foram presos.
Francisco Morato
Desde 1996, as cidades de Franco
da Rocha, Francisco Morato e
Caieiras, todas vizinhas da região
noroeste da Grande São Paulo,
não registravam uma chacina.
De 1994 a 1996, essas cidades ficaram conhecidas não só pelas
chacinas, mas também pela forma
como as pessoas eram mortas: os
corpos tinham, geralmente, cabeça, pés e mãos decepados.
Na época, as investigações sobre
os mais de 20 casos de chacinas e
de pessoas achadas mortas sem
cabeça foram retiradas das delegacias daquelas cidades e passadas
ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
A principal suspeita dos que investigaram os crimes era de que
policiais militares do 26º batalhão
estivessem envolvidos. "Em alguns deles, foi possível obter provas suficientes para processar os
PMs", afirmou o delegado Paulo
Roberto Robles, titular da 2ª Delegacia da Divisão de Homicídios.
Em outros casos, a busca de provas continua. Uma equipe da 2ª
Delegacia do DHPP cuida desses
inquéritos -outra equipe da mesma delegacia apura a chacina de
ontem.
(MARCELO GODOY)
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