São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2011

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JOÃO CALANDRINO (1913-2011)

Um comerciante antigo do Jaçanã

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Com duas carroças, João Calandrino conseguia abastecer o Jaçanã inteiro. Criador de um empório no bairro da zona norte de São Paulo em 1940, era um dos comerciantes mais antigos de lá.
Filho de um imigrante italiano, nasceu no Bixiga, no centro. O pai, mestre eletricista, trabalhou na construção da penitenciária do Estado e acabou comprando uma casa no Jaçanã para ficar mais perto do trabalho.
João começou como letrista gráfico, mas decidiu se arriscar no comércio e montou o empório Santa Terezinha, ou "empório do seu Joanim".
Vendia de tudo: de feijão a carvão. Numa caderneta, marcava as compras dos que só pagavam no fim do mês. Também sorteava brindes, como latas de goiabada.
Em 1942, casou-se com Edith, que ele conhecera em Recreio (MG), cidade do cunhado, e que namorara no início por correspondência.
Em 1945, teve uma tuberculose. Passou dez meses se tratando em Campos do Jordão (SP), e a mulher começou a ajudá-lo no negócio.
Com o tempo, porém, o empório, incapaz de competir com os supermercados, foi virando um barzinho, hoje administrado por um neto.
João trabalhou no local até passar dos 90 anos.
Era muito religioso. Em 1931, engajou-se na luta pela construção de uma capela no bairro, que deu origem à paróquia de Santa Terezinha.
Viúvo desde 1988, morreu na terça (12), aos 97, de insuficiência respiratória e cardíaca. Teve três filhos, 13 netos, três bisnetos e um trineto. A missa do sétimo dia será amanhã, às 19h, na igreja Santa Terezinha do Jaçanã.

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