|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RJ analisa nova amostra de Citoneurin
JUDITH MORAES
free-lance para a Folha
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
Novas amostras de lotes diversos
do remédio Citoneurin 5000, do
laboratório Merck, foram entregues à Vigilância Sanitária do Rio
ontem para a realização de perícia.
O lote 97045 do medicamento teve
a venda proibida por falsificação.
O Instituto de Criminalística
Carlos Éboli vai verificar, na segunda-feira, se há mais fraudes.
O remédio, usado para o tratamento de nevralgias e dores reumáticas, tinha menos de 10% das
vitaminas do original em sua versão falsa, descoberta por um consumidor. A diferença perceptível
entre o falso e o verdadeiro, no entanto, era muito sutil.
A Merck ainda não informou a
Vigilância Sanitária qual é a farmácia onde o consumidor que denunciou a fraude comprou o Citoneurin falsificado.
O gerente do Departamento Médico-Científico do Merck, Júlio
Amaral, disse não ter tido contato
com o consumidor que encaminhou a primeira denúncia, com
base em suspeitas próprias.
Segundo Amaral, esse consumidor entregou o material a um funcionário da fábrica sem deixar
contato.
Demora
O laboratório Merck está sendo
acusado pela Secretaria Estadual
da Saúde de ter demorado 17 dias
para informar os órgãos públicos e
a população que havia um lote falsificado.
A empresa justificou o atraso
por "falta de experiência" para lidar com esse tipo de situação.
A secretária estadual da Saúde,
Rosangela Bello, disse ontem que
o laboratório será punido. "Se foi
inexperiência ou não, o fato é que
houve erro", afirmou Rosangela,
garantindo que haverá punição
-a ser definida após o término
das investigações.
Júlio Amaral informou que o laboratório analisou as cápsulas antes de comunicar à Vigilância. Ele
disse que o procedimento é demorado, mas não soube precisar
quanto tempo leva para ser feito.
Já foi suspensa a venda dos remédios do lote 97045. A determinação foi da Secretaria Estadual da
Saúde, que vai fechar as farmácias
que forem flagradas vendendo Citoneurin do lote sob suspeita.
O Merck solicitou, em nota publicada em jornais de grande circulação, que distribuidores, consumidores e farmácias que ainda
possuam caixas de Citoneurin do
lote falsificado entrem em contato
para a troca.
O lote 97045, cujo número foi
usado pelos falsificadores, saiu
com 14 mil caixas (de 20 drágeas
cada).
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|