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Emissoras querem reduzir violência
da Reportagem Local
A preocupação em reduzir a
proporção de programas violentos durante os horários voltados
para o público infantil está ganhando espaço na TV brasileira.
A Globo pretende tirar do ar, a
partir de agosto, desenhos que
contenham brigas, discussões,
abrindo espaço, no período da
manhã, para uma programação
de cunho mais educativo. "Hoje,
existe uma pressão social pela
qualidade. Virou até uma questão
mercadológica para uma empresa mostrar que tem preocupação
social", diz Roberto de Oliveira,
diretor de Desenvolvimento de
Projetos da Globo.
O principal problema, na opinião de Cristina Barbosa, pesquisadora do Ilanud, não é o fato de
os crimes serem mostrados nos
desenhos, mas o de eles aparecerem fora de um contexto e sem
nenhum tipo de punição. "É
preocupante porque a criança fica
sem a noção de que existe a punição. Cria um desequilíbrio entre o
positivo e o negativo", diz ela.
O equilíbrio é o segredo de uma
programação voltada para o público infantil. "Não é fundamental
que todo programa tenha uma
mensagem positiva. O importante é equilibrar o conjunto. O caráter lúdico é muito importante
quando se fala de crianças", diz
Beatriz Rosenberg, chefe do Departamento de Programação Infantil da TV Cultura.
Para os programadores, é justamente o caráter lúdico que explica o sucesso dos desenhos clássicos ("Pica-Pau", "Pernalonga",
"Tom e Jerry" etc). Na Globo, a
"Luluzinha" é a campeã de audiência, e, no SBT, é o "Pica-Pau".
"Quando se esperava que o desenho do século 21 seria cheio de
ação, vivemos o retorno dos clássicos", diz Oliveira.
O sucesso desse tipo de desenho
impulsionou o SBT a torná-los o
carro-chefe de sua programação
infantil, diz Mauro Lissoni, gerente de programação da emissora.
Além disso, a especificidade da
animação garante a ela um potencial educativo. "Ela é um instrumento poderoso para visualizar
emoções e personificar pensamentos. Por ser fantasia, ela chega
a lugares onde o cinema não vai",
diz John Canemaker, coordenador da área de Animação na Universidade de Nova York (EUA).
(MAv)
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