São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2000

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SALVADOR
Cerca de 30 pessoas estavam no prédio, condenado pela Defesa Civil, no momento do acidente; ninguém se feriu
Parte de casarão desaba no centro histórico


LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Parte de um casarão que era ocupado por cerca de 50 pessoas desabou anteontem no centro histórico de Salvador.
O imóvel, que pertence ao Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural), estava condenado pela Codesal (Coordenadoria de Defesa Civil de Salvador) devido às infiltrações e à deterioração das paredes e do telhado.
Segundo testemunhas, cerca de 30 pessoas estavam no casarão no momento do desabamento.
"Eu já tinha avisado às pessoas que o prédio poderia desabar a qualquer momento, mas os moradores sempre alegaram que não tinham para aonde ir", disse Alair Oliveira Alves, que trabalha como administrador do prédio.
Soldados do Corpo de Bombeiros e policiais militares informaram que o desabamento não provocou vítimas. "A sorte dos moradores foi que o desabamento atingiu principalmente a parte frontal do prédio", disse Alves.
Ontem pela manhã, funcionários da Codesal concluíram o cadastramento de todos os moradores do edifício, que possui três pavimentos. A coordenadoria informou que os desabrigados serão alojados provisoriamente em repartições públicas da prefeitura.
Após o desabamento, a administração interditou o imóvel. "Somente a interdição pode evitar um problema mais grave no local, com a ocorrência de vítimas", disse o engenheiro José Carlos Palma, que trabalha na Codesal.

Outro acidente
No dia 9 do mês passado, duas pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas no desabamento de um ornamento de 20 toneladas de um casarão em reforma na rua da Misericórdia, uma das mais movimentadas do centro histórico.
O prédio, construído em 1917 e de propriedade da Santa Casa de Misericórdia, estava condenado havia pelo menos um ano, segundo a Defesa Civil de Salvador.
O prédio, que estava em reforma para abrigar um centro de treinamento de mão-de-obra voltada ao turismo, não possuía alvará para o início das obras.
Tombado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) como patrimônio da humanidade, o centro histórico de Salvador possui cerca de 3.000 casarões dos séculos 17 e 18.
Nos últimos nove anos, o governo baiano gastou R$ 80 milhões de recursos próprios nos trabalhos de restauração e reconstrução de quase 700 imóveis localizados na área, a principal atração turística da capital baiana.
Pelo projeto do governo, outros 80 casarões deverão ser restaurados nos próximos quatro meses.



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