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SALVADOR
Cerca de 30 pessoas estavam no prédio, condenado pela Defesa Civil, no momento do acidente; ninguém se feriu
Parte de casarão desaba no centro histórico
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Parte de um casarão que era
ocupado por cerca de 50 pessoas
desabou anteontem no centro
histórico de Salvador.
O imóvel, que pertence ao Ipac
(Instituto do Patrimônio Artístico
e Cultural), estava condenado pela Codesal (Coordenadoria de Defesa Civil de Salvador) devido às
infiltrações e à deterioração das
paredes e do telhado.
Segundo testemunhas, cerca de
30 pessoas estavam no casarão no
momento do desabamento.
"Eu já tinha avisado às pessoas
que o prédio poderia desabar a
qualquer momento, mas os moradores sempre alegaram que não
tinham para aonde ir", disse Alair
Oliveira Alves, que trabalha como
administrador do prédio.
Soldados do Corpo de Bombeiros e policiais militares informaram que o desabamento não provocou vítimas. "A sorte dos moradores foi que o desabamento atingiu principalmente a parte frontal
do prédio", disse Alves.
Ontem pela manhã, funcionários da Codesal concluíram o cadastramento de todos os moradores do edifício, que possui três pavimentos. A coordenadoria informou que os desabrigados serão
alojados provisoriamente em repartições públicas da prefeitura.
Após o desabamento, a administração interditou o imóvel.
"Somente a interdição pode evitar
um problema mais grave no local,
com a ocorrência de vítimas", disse o engenheiro José Carlos Palma, que trabalha na Codesal.
Outro acidente
No dia 9 do mês passado, duas
pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas no desabamento de um ornamento de 20
toneladas de um casarão em reforma na rua da Misericórdia,
uma das mais movimentadas do
centro histórico.
O prédio, construído em 1917 e
de propriedade da Santa Casa de
Misericórdia, estava condenado
havia pelo menos um ano, segundo a Defesa Civil de Salvador.
O prédio, que estava em reforma para abrigar um centro de
treinamento de mão-de-obra voltada ao turismo, não possuía alvará para o início das obras.
Tombado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura) como patrimônio da humanidade, o
centro histórico de Salvador possui cerca de 3.000 casarões dos séculos 17 e 18.
Nos últimos nove anos, o governo baiano gastou R$ 80 milhões
de recursos próprios nos trabalhos de restauração e reconstrução de quase 700 imóveis localizados na área, a principal atração
turística da capital baiana.
Pelo projeto do governo, outros
80 casarões deverão ser restaurados nos próximos quatro meses.
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