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Imóveis podem ficar mais caros
DA REPORTAGEM LOCAL
A idéia de leiloar e criar um mercado de Cepac poderá encarecer demais o preço final dos imóveis nas regiões de operações urbanas, segundo especialistas.
Além disso, fará com que a prefeitura condicione o seu cronograma de obras aos especuladores imobiliários e financeiros.
Para o urbanista Cândido Malta, ex-secretário do Planejamento
de São Paulo, o risco maior dos
leilões é de os certificados serem
arrematados por um pequeno
grupo de grandes investidores.
"Daí esse pequeno oligopólio jogaria com o preço dos papéis."
Malta considera pouco cobrar
R$ 300 o metro quadrado adicional na Água Espraiada. "Na Faria
Lima, gira em torno de R$ 800."
Segundo o urbanista e economista João Sette Whitaker Ferreira, professor da USP, a operação
urbana nos moldes da Água Espraiada é um "exercício de futurologia" segundo o qual a cidade
pode sair perdendo.
"Quem garante que há tantas
construtoras e empreendedores
interessados em atuar naquela região?", questiona. "Ao lançar os
papéis, a prefeitura assume um
compromisso com a operação. Se
eles virarem um mico e ninguém
se interessar, ela terá de investir
dinheiro público para tornar o local mais atraente. Assim, ela passa
a fazer urbanismo para o mercado, segundo as regras dos papéis,
e não baseado na cidade", afirma.
O chefe de gabinete da Secretaria das Finanças, Fernando Haddad, diz que os riscos foram estudados. "A prefeitura comercializará o Cepac na exata medida da
necessidade da Operação Urbana.
Criamos um cronograma para isso. Fazendo os leilões aos poucos,
é possível ter um controle."
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