São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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Adolfo Lutz "perde" amostras de sangue

Mais de 1.700 unidades foram inutilizadas em laboratório; material seria examinado para detectar casos de dengue

Segundo a Secretaria da Saúde, "problema de energia elétrica" causou a queima de um refrigerador onde elas estavam alocadas

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

Guardadas no prédio do Instituto Adolfo Lutz de São José do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo), mais de 1.700 amostras de sangue de pessoas suspeitas de terem contraído dengue foram inutilizadas. O material seria submetido a testes sorológicos que comprovariam ou não a doença.
Em nota oficial, a Secretaria da Saúde de São Paulo afirmou que 1.767 amostras de sangue para exames de sorologia de dengue chegaram ao instituto "na primeira semana de junho" e que, "por conta de um problema de energia elétrica", que causou a queima de um refrigerador onde estavam alocadas, o material se estragou.
"É uma irresponsabilidade. O prédio tem gerador [de energia elétrica]. As pessoas que tiveram as amostras inutilizadas não terão como saber se tiveram dengue ou não", disse o presidente do Conselho Municipal de Saúde de São José do Rio Preto, Júlio César Caetano.
Segundo ele, o conselho entrará com uma representação no Ministério Público Estadual nesta semana para que o órgão apure o caso. Um boletim de ocorrência será registrado.
A secretaria informou que o Centro de Vigilância Epidemiológica de São José do Rio Preto foi notificado sobre o caso e orientado a colher novas amostras para a realização dos exames. "O instituto ainda não recebeu novas amostras do município", diz a nota da secretaria municipal.
A reportagem não conseguiu ontem contato com representantes do Centro de Vigilância Epidemiológica do município.
O secretário da Saúde de São José do Rio Preto, Arnaldo Mello, disse que hoje irá se reunir com representantes do Centro de Vigilância Epidemiológica para decidir quais medidas serão adotadas em razão da inutilização das amostras.
"Ainda não decidimos se vamos refazer as coletas, já que houve uma fragilidade do próprio instituto. Temos dificuldades em estabelecer a real necessidade de se fazer essas novas amostras", declarou Mello.
Em São José do Rio Preto, de acordo com o secretário municipal, já foram confirmados, somente neste ano, 6.000 casos de dengue.


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