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Adolfo Lutz "perde" amostras de sangue
Mais de 1.700 unidades foram inutilizadas em laboratório; material seria examinado para detectar casos de dengue
Segundo a Secretaria da Saúde, "problema de energia elétrica" causou a queima de um refrigerador onde elas estavam alocadas
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
Guardadas no prédio do Instituto Adolfo Lutz de São José
do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo), mais de 1.700
amostras de sangue de pessoas
suspeitas de terem contraído
dengue foram inutilizadas. O
material seria submetido a testes sorológicos que comprovariam ou não a doença.
Em nota oficial, a Secretaria
da Saúde de São Paulo afirmou
que 1.767 amostras de sangue
para exames de sorologia de
dengue chegaram ao instituto
"na primeira semana de junho"
e que, "por conta de um problema de energia elétrica", que
causou a queima de um refrigerador onde estavam alocadas, o
material se estragou.
"É uma irresponsabilidade.
O prédio tem gerador [de energia elétrica]. As pessoas que tiveram as amostras inutilizadas
não terão como saber se tiveram dengue ou não", disse o
presidente do Conselho Municipal de Saúde de São José do
Rio Preto, Júlio César Caetano.
Segundo ele, o conselho entrará com uma representação
no Ministério Público Estadual
nesta semana para que o órgão
apure o caso. Um boletim de
ocorrência será registrado.
A secretaria informou que o
Centro de Vigilância Epidemiológica de São José do Rio
Preto foi notificado sobre o caso e orientado a colher novas
amostras para a realização dos
exames. "O instituto ainda não
recebeu novas amostras do
município", diz a nota da secretaria municipal.
A reportagem não conseguiu
ontem contato com representantes do Centro de Vigilância
Epidemiológica do município.
O secretário da Saúde de São
José do Rio Preto, Arnaldo Mello, disse que hoje irá se reunir
com representantes do Centro
de Vigilância Epidemiológica
para decidir quais medidas serão adotadas em razão da inutilização das amostras.
"Ainda não decidimos se vamos refazer as coletas, já que
houve uma fragilidade do próprio instituto. Temos dificuldades em estabelecer a real necessidade de se fazer essas novas
amostras", declarou Mello.
Em São José do Rio Preto, de
acordo com o secretário municipal, já foram confirmados, somente neste ano, 6.000 casos
de dengue.
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