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Prefeitura demora 17 h para liberar rua
Mais de 20 toneladas de placas de madeira caíram de um caminhão na rua Vergueiro, na zona sul, na noite de terça
A subprefeitura alega que a seguradora impediu a remoção do material na madrugada; empresa não será multada pela demora
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A prefeitura demorou 17 horas para recolher mais de 20 toneladas de placas de madeira
que caíram de um caminhão na
rua Vergueiro (zona sul de SP),
na noite de anteontem. O trânsito ficou complicado no trecho, que é de mão dupla, com
uma pista por sentido.
Os veículos que seguiam no
sentido centro-bairro foram
desviados para a faixa de separação entre as pistas (trecho
marcado com faixas amarelas e
delimitado por sonorizadores)
para não interromper o tráfego.
Foi por volta das 20h de terça
que o caminhão a serviço da
transportadora Transplac, de
Uberaba (MG), inclinou pouco
antes de uma curva na subida,
deixando a carga cair.
Só às 13h15 de ontem a Subprefeitura do Ipiranga recolheu
a última das 540 placas de madeira. Em seguida, a rua foi totalmente liberada.
Até as 6h de ontem, a CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) havia acionado a subprefeitura em dois momentos:
pouco depois que a carga caiu e
por volta das 2h, quando o inspetor da empresa seguradora
da carga chegou ao local.
Nas duas vezes, a remoção
não foi feita porque, segundo a
subprefeitura, a seguradora
prometia enviar um caminhão
para realizar a tarefa.
A CET e a subprefeitura dizem que a responsabilidade de
remover a carga é da empresa e
que, enquanto isso não ocorre,
elas ficam "engessadas".
O advogado José Almeida Sobrinho, especialista em leis de
trânsito, afirma que interesses
particulares não deveriam
atrasar a retirada e que a prefeitura tem autoridade para remover o material. "Deve prevalecer o interesse público."
Segundo o motorista do caminhão acidentado, Alfredo
Nunes, o representante da seguradora Shub "sumiu" no começo da manhã e a CET acionou pela terceira vez a subprefeitura, que só então mobilizou
seus caminhões. O primeiro caminhão da subprefeitura chegou à rua Vergueiro às 8h, 12
horas após o incidente.
Cada uma das 540 placas pesa cerca de 50 kg e precisou ser
carregada por quatro homens,
enquanto outros dois puxavam
os compensados de madeira
para cima do caminhão.
O trabalho durou cinco horas
e exigiu 12 viagens -a carga foi
encaminhada para um depósito da prefeitura.
A CET informou que não irá
aplicar multa porque deslizamento de carga não está previsto no código de trânsito, e o motorista e a transportadora não
cometeram nenhuma infração
-segundo a companhia, o caminhão trafegava em velocidade e horário permitidos e tinha
os documentos em dia.
No entanto, a companhia fará um levantamento dos custos
da operação -quantidade de
"marronzinhos" que fizeram
plantão durante toda a madrugada no local do acidente-, que
serão repassados em cerca de
15 dias para a transportadora.
Essa cobrança é prevista em
uma lei municipal.
A subprefeitura diz que vai
cobrar uma multa de R$ 500 da
Transplac, com base em lei municipal de limpeza urbana. Não
há penalidades previstas pela
demora da remoção da carga e
prejuízo ao trânsito.
Outro lado
Valdir Bonfim, representante da Transplac, disse que a responsabilidade pelo ocorrido -e
todos os prejuízos decorrentes- é da Shub, seguradora da
empresa de placas de madeira
que embarcou o material.
Ele disse que não podia autorizar a remoção da carga até
que a seguradora chegasse ao
local. "Em 20 anos de fábrica,
nunca vi tanta demora."
A seguradora Shub foi procurada por telefone para comentar o assunto. Até a conclusão
desta edição, no entanto, não
houve resposta.
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