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Lula defende a união civil entre casais homossexuais
Em entrevista à TV Brasil, o presidente citou ainda o direito à adoção e à pensão
Ele, que há duas semanas defendeu fumar em qualquer lugar, agora diz que esse direito é válido caso não haja outras pessoas presentes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem a
união civil entre homossexuais
e disse que é "hipocrisia" ignorar a opção sexual das pessoas.
Em entrevista exclusiva à TV
Brasil, Lula disse que é favorável ao casamento entre pessoas
do mesmo sexo e defendeu que
tenham direito à adoção e pensão previdenciária.
Ele criticou os políticos que
são contra essa idéia, perguntando por que aceitam os votos
dos homossexuais e o dinheiro
pago por eles de Imposto de
Renda. "Uma coisa que me cala
profundamente é: por que os
políticos que são contra [conceder direitos aos homossexuais]
não recusam os votos deles?"
Lula atribuiu a não-aceitação
da relação entre pessoas do
mesmo sexo à hipocrisia e ao
preconceito. "Temos que parar
com hipocrisia. Tem homem
morando com homem, mulher
morando com mulher, e muitas
vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constroem uma
vida juntos, trabalham juntos, e
por isso eu sou favorável. Por
isso, eu acho que nós temos que
parar com esse preconceito."
Segundo o presidente, todo
brasileiro tem o direito de viver
da forma que quiser, contanto
que respeite a Constituição.
Lula disse ainda ser contra o
aborto. Mas afirmou que as escolas públicas deveriam orientar os adolescentes, deixando
de tratar o sexo como um tabu.
"Sou contra o aborto. Minha
mulher é contra o aborto, até
porque eu acho que nunca mulher que faz aborto faz porque
quer ou por prazer. Ela faz porque é constrangida."
Fumo
Na entrevista, o presidente
voltou a falar sobre os projetos
que proíbem fumar em locais
fechados. Há duas semanas, em
entrevista no Palácio do Planalto, ele declarou que defende "o
fumo em qualquer lugar".
Ontem, porém, ele disse defender a restrição mas afirmou
não concordar que onde esteja
só o fumante, ele também esteja sujeito à proibição. "Se o cara
estiver sozinho, quiser fumar e
quiser se matar, ele pode."
Questionado se já tentou parar
de fumar, Lula desconversou.
Com relação à lei seca, que
impõe punições mais severas a
quem for flagrado dirigindo
após beber, considerou "um benefício extraordinário".
"Tenho muitos amigos donos
de bar que falam: "Presidente,
diminuiu a minha freguesia".
Então eu falei: contrata um motorista para levar o cliente em
casa e dá de presente a última
dose ou o último chope".
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