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Trabalho de construtora é causa de desabamento na Vila Madalena
Opinião é do secretário especial de Controle Urbano, que fez uma vistoria no local
PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O desabamento da varanda
de uma casa anteontem na Vila
Madalena (zona oeste de SP)
foi provocado pelo trabalho de
uma construtora na mesma
quadra, de acordo com o secretário especial de Controle Urbano, Orlando de Almeida, que
realizou uma vistoria no local.
O acidente provocou a interdição da casa na qual ocorreu o
desabamento e em mais cinco
imóveis vizinhos. Segundo moradores, a área ruiu horas depois
de a CPA Engenharia e Construções, que vai erguer um prédio
no local, derrubar um muro próximo a algumas das casas.
Quatro dos imóveis permanecerão interditados por ao menos
trinta dias. Neste prazo, a CPA
terá que erguer um muro de
contenção próximo a eles.
Os quatro são geminados e foram construídos em trecho acima do terreno em que a CPA
trabalha. Elas correm risco de
ceder porque tiveram algumas
pilastras de sustentação comprometidas pelo trabalho da
construtora, conforme a avaliação da prefeitura no local.
Caso o muro não seja suficiente para eliminar o risco de
queda, a CPA terá mais 30 dias
para reforçar a estrutura de contenção. Até que a Subprefeitura
de Pinheiros aprove as condições de segurança de todos os
imóveis, a construção do edifício está impedida.
Os outros imóveis interditados podem voltar a ser ocupados nos próximos dias. Eles ficam ao lado do terreno no qual a
CPA trabalha e, segundo a Defesa Civil, correm risco mínimo de
serem afetados. A liberação depende de um laudo de segurança da construtora.
Perícia
Uma perícia deverá ser realizada amanhã pela Polícia Civil
para averiguar as causas.
O diretor da CPA, Luiz
Schwartz, disse que o trabalho
no local foi interrompido horas
antes do desabamento porque
foi percebido risco de acidente.
Segundo ele, o engenheiro responsável queria ouvir um especialista em fundações antes de
continuar o trabalho.
A família do vendedor Flávio
Paranhos Flygare, 61, é uma das
três que tiveram que abandonar a casa por causa da interdição (os outros três imóveis
eram ocupados por empresas.).
Ele, a mulher, o filho e o neto
foram alojados provisoriamente no hotel Mercure, em Pinheiros (zona oeste), com as
contas pagas pela CPA.
A mudança provisória obrigou Flygare a deixar seus cães
em um hotelzinho veterinário.
Flygare afirma que um corretor imobiliário tentou comprar
a casa da família para incluir o
terreno na área do prédio que
será erguido, mas o preço foi
considerado insuficiente.
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