São Paulo, sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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Trabalho de construtora é causa de desabamento na Vila Madalena

Opinião é do secretário especial de Controle Urbano, que fez uma vistoria no local

PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O desabamento da varanda de uma casa anteontem na Vila Madalena (zona oeste de SP) foi provocado pelo trabalho de uma construtora na mesma quadra, de acordo com o secretário especial de Controle Urbano, Orlando de Almeida, que realizou uma vistoria no local.
O acidente provocou a interdição da casa na qual ocorreu o desabamento e em mais cinco imóveis vizinhos. Segundo moradores, a área ruiu horas depois de a CPA Engenharia e Construções, que vai erguer um prédio no local, derrubar um muro próximo a algumas das casas.
Quatro dos imóveis permanecerão interditados por ao menos trinta dias. Neste prazo, a CPA terá que erguer um muro de contenção próximo a eles.
Os quatro são geminados e foram construídos em trecho acima do terreno em que a CPA trabalha. Elas correm risco de ceder porque tiveram algumas pilastras de sustentação comprometidas pelo trabalho da construtora, conforme a avaliação da prefeitura no local.
Caso o muro não seja suficiente para eliminar o risco de queda, a CPA terá mais 30 dias para reforçar a estrutura de contenção. Até que a Subprefeitura de Pinheiros aprove as condições de segurança de todos os imóveis, a construção do edifício está impedida.
Os outros imóveis interditados podem voltar a ser ocupados nos próximos dias. Eles ficam ao lado do terreno no qual a CPA trabalha e, segundo a Defesa Civil, correm risco mínimo de serem afetados. A liberação depende de um laudo de segurança da construtora.

Perícia
Uma perícia deverá ser realizada amanhã pela Polícia Civil para averiguar as causas.
O diretor da CPA, Luiz Schwartz, disse que o trabalho no local foi interrompido horas antes do desabamento porque foi percebido risco de acidente. Segundo ele, o engenheiro responsável queria ouvir um especialista em fundações antes de continuar o trabalho.
A família do vendedor Flávio Paranhos Flygare, 61, é uma das três que tiveram que abandonar a casa por causa da interdição (os outros três imóveis eram ocupados por empresas.).
Ele, a mulher, o filho e o neto foram alojados provisoriamente no hotel Mercure, em Pinheiros (zona oeste), com as contas pagas pela CPA.
A mudança provisória obrigou Flygare a deixar seus cães em um hotelzinho veterinário.
Flygare afirma que um corretor imobiliário tentou comprar a casa da família para incluir o terreno na área do prédio que será erguido, mas o preço foi considerado insuficiente.


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