São Paulo, sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ensino a distância divide candidatos à reitoria da USP

Debate morno, com perguntas sorteadas, não incluiu temas polêmicos, como a participação da universidade no Enade

Tema do ensino a distância surgiu de pergunta sobre o programa estadual Univesp; primeiro turno da eleição será no final de outubro


RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os oito candidatos à reitoria da USP (Universidade de São Paulo) discutiram, num debate realizado ontem no Instituto de Ciências Biomédicas, a entrada ou não da universidade no ensino a distância.
Apesar das discordâncias, o debate foi morno. Como as perguntas, enviadas pela internet, foram sorteadas, não houve espaço para questões mais polêmicas, como a participação da USP no Enade ou a ocupação do campus pela PM, em junho.
"Sou contra o ensino a distância na graduação", afirmou Francisco Miraglia Neto. "A convivência com os colegas e a vivência estudantil são básicas para o desenvolvimento da pessoa. A formação inicial tem de ser presencial."
Na direção oposta, Sylvio Barros Sawaya disse que a USP "vai ficar para trás" se não aderir ao ensino a distância. "A USP é de todo mundo. Quanto mais alunos, melhor."
Glaucius Oliva e Sonia Penin concordaram. "Estamos no meio de uma revolução digital sem precedentes. Temos de usar todos os meios", disse ela.
Num meio-termo, Armando Corbani Ferraz defendeu que o ensino a distância seja adotado, porém apenas de modo complementar ao presencial.
João Grandino Rodas chamou a atenção para o fato de que nem todos os universitários têm uma "prontidão pedagógica para o ensino a distância", já que vieram de colégios 100% presenciais.
O tema foi originado por uma pergunta a respeito do programa estadual Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo). O governo paulista previa que ainda neste ano a USP ofereceria um curso a distância de licenciatura em ciências, como parte da Univesp. A USP, porém, adiou sua participação, por discordar do modelo.
"O ensino a distância explodiu na educação privada e se vulgarizou. A USP é conservadora, no bom sentido. Entra timidamente. Só vai aderir após muita discussão", afirmou Wanderley Messias da Costa.
Ruy Alberto Corrêa Altafim defendeu que a universidade faça parte da Univesp, mas que o diploma do aluno que fez o curso a distância não leve o carimbo da USP.
O primeiro dos dois turnos da eleição será no final de outubro. Uma lista tríplice será levada ao governador José Serra (PSDB), que escolherá o reitor.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Clima: Ciclone deve levar chuva e vento ao RS
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.