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Ensino a distância divide candidatos à reitoria da USP
Debate morno, com perguntas sorteadas, não incluiu temas polêmicos, como a participação da universidade no Enade
Tema do ensino a distância surgiu de pergunta sobre o programa estadual Univesp; primeiro turno da eleição será no final de outubro
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os oito candidatos à reitoria
da USP (Universidade de São
Paulo) discutiram, num debate
realizado ontem no Instituto
de Ciências Biomédicas, a entrada ou não da universidade
no ensino a distância.
Apesar das discordâncias, o
debate foi morno. Como as perguntas, enviadas pela internet,
foram sorteadas, não houve espaço para questões mais polêmicas, como a participação da
USP no Enade ou a ocupação
do campus pela PM, em junho.
"Sou contra o ensino a distância na graduação", afirmou
Francisco Miraglia Neto. "A
convivência com os colegas e a
vivência estudantil são básicas
para o desenvolvimento da pessoa. A formação inicial tem de
ser presencial."
Na direção oposta, Sylvio
Barros Sawaya disse que a USP
"vai ficar para trás" se não aderir ao ensino a distância. "A
USP é de todo mundo. Quanto
mais alunos, melhor."
Glaucius Oliva e Sonia Penin
concordaram. "Estamos no
meio de uma revolução digital
sem precedentes. Temos de
usar todos os meios", disse ela.
Num meio-termo, Armando
Corbani Ferraz defendeu que o
ensino a distância seja adotado,
porém apenas de modo complementar ao presencial.
João Grandino Rodas chamou a atenção para o fato de
que nem todos os universitários têm uma "prontidão pedagógica para o ensino a distância", já que vieram de colégios
100% presenciais.
O tema foi originado por uma
pergunta a respeito do programa estadual Univesp (Universidade Virtual do Estado de São
Paulo). O governo paulista previa que ainda neste ano a USP
ofereceria um curso a distância
de licenciatura em ciências, como parte da Univesp. A USP,
porém, adiou sua participação,
por discordar do modelo.
"O ensino a distância explodiu na educação privada e se
vulgarizou. A USP é conservadora, no bom sentido. Entra timidamente. Só vai aderir após
muita discussão", afirmou
Wanderley Messias da Costa.
Ruy Alberto Corrêa Altafim
defendeu que a universidade
faça parte da Univesp, mas que
o diploma do aluno que fez o
curso a distância não leve o carimbo da USP.
O primeiro dos dois turnos
da eleição será no final de outubro. Uma lista tríplice será levada ao governador José Serra
(PSDB), que escolherá o reitor.
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