São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ROBERTO DE PESSOA (1910-2010)

O paraquedista brasileiro nº 1

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Em 1936, o paraibano Roberto de Pessoa foi enviado à Olimpíada de Berlim, na Alemanha, sem a obrigação de voltar com uma medalha.
À época tenente do Exército brasileiro, tinha como missão observar o treinamento dado aos atletas alemães e trazer as mesmas técnicas.
Seu trabalho de "espionagem" ficaria mais fácil se ele tivesse acesso aos governantes alemães, pensou. Por isso, arrumou uma credencial de imprensa e conseguiu entrar, durante os jogos, na tribuna onde estava Hitler.
Apertou a mão do líder nazista e foi apresentado ao ministro dos Esportes do país. Acabou tendo acesso à academia de esportes alemã.
Foi durante essa missão que Roberto se encantou ao ver os paraquedistas. Quis fazer o curso, mas teve o pedido negado. Deixaram-no fazer o curso de planadores.
De volta ao Brasil, ajudou a desenvolver as práticas de educação física usadas nos treinamentos do Exército.
Quando a Segunda Guerra estourou, e o Brasil se opôs ao nazistas, Roberto pediu para treinar com os paraquedistas norte-americanos. Em 1944, concluiu o curso -e retornou como o primeiro paraquedista militar do país.
Nos anos 50 e 60, comandou um batalhão de infantaria paraquedista. Chegou a general de divisão.
Ontem, após um infarto, morreu aos cem, no Rio. Teve seis filhos (dois são coronéis paraquedistas), 11 netos e uma bisneta. O velório será a partir das 12h de hoje, no Museu Aeroterrestre, no Rio. Segundo a família, o enterro acontecerá na segunda, às 15h, no cemitério Jardim da Saudade, também no Rio.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Promotoria denuncia cúpula da PRF do Rio
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.