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ROBERTO DE PESSOA (1910-2010)
O paraquedista brasileiro nº 1
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Em 1936, o paraibano Roberto de Pessoa foi enviado à
Olimpíada de Berlim, na Alemanha, sem a obrigação de
voltar com uma medalha.
À época tenente do Exército brasileiro, tinha como missão observar o treinamento
dado aos atletas alemães e
trazer as mesmas técnicas.
Seu trabalho de "espionagem" ficaria mais fácil se ele
tivesse acesso aos governantes alemães, pensou. Por isso, arrumou uma credencial
de imprensa e conseguiu entrar, durante os jogos, na tribuna onde estava Hitler.
Apertou a mão do líder nazista e foi apresentado ao ministro dos Esportes do país.
Acabou tendo acesso à academia de esportes alemã.
Foi durante essa missão
que Roberto se encantou ao
ver os paraquedistas. Quis fazer o curso, mas teve o pedido negado. Deixaram-no fazer o curso de planadores.
De volta ao Brasil, ajudou
a desenvolver as práticas de
educação física usadas nos
treinamentos do Exército.
Quando a Segunda Guerra
estourou, e o Brasil se opôs
ao nazistas, Roberto pediu
para treinar com os paraquedistas norte-americanos. Em
1944, concluiu o curso -e retornou como o primeiro paraquedista militar do país.
Nos anos 50 e 60, comandou um batalhão de infantaria paraquedista. Chegou a
general de divisão.
Ontem, após um infarto,
morreu aos cem, no Rio. Teve
seis filhos (dois são coronéis
paraquedistas), 11 netos e
uma bisneta. O velório será a
partir das 12h de hoje, no Museu Aeroterrestre, no Rio. Segundo a família, o enterro
acontecerá na segunda, às
15h, no cemitério Jardim da
Saudade, também no Rio.
coluna.obituario@uol.com.br
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