São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2000

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SEGURANÇA
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi irá fornecer fio de cabelo para o teste que detecta consumo de drogas
Policiais de SP farão exame antidoping

Matuiti Mayezo/Folha Imagem
Especialista no laboratório da Faculdade de Farmácia da USP, onde serão realizados os exames


ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A cúpula da polícia de São Paulo passará por exame antidoping hoje, no lançamento do programa estadual de prevenção ao consumo de drogas entre policiais.
O secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, seu adjunto, Mário Papaterra Limongi, e os comandantes das Polícias Civil e Militar irão fornecer fios de cabelo para o teste.
Essa foi a forma encontrada pela Secretaria da Segurança para tentar reduzir a resistência interna ao Probem, que atingirá inicialmente parte dos cerca de 30 mil policiais que trabalham na capital.
O programa chegou a ser definido como "vexatório" por entidades que representam setores da polícia. Sua implantação acontece com quase seis meses de atraso.
A análise do fio de cabelo, no caso, ou de amostras de urina pode revelar se uma pessoa usou recentemente drogas, como cocaína, maconha ou anfetamina (substância que age no sistema nervoso central causando agitação).
Segundo a secretaria, o Probem tem "caráter preventivo e visa amparar, valorizar e recuperar o dependente via tratamento médico e psicológico". Todos os servidores da secretaria estarão sujeitos a fazer o teste.
Os funcionários com resultados positivos serão encaminhados para tratamento na Escola Paulista de Medicina/Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), conforme convênio que será assinado hoje de manhã. Petrelluzzi já afirmou, ao tratar do assunto, que não descarta afastar esses policiais da função na fase de recuperação.
As amostras serão coletadas apenas dos policiais que autorizarem o teste, segundo a secretaria, e seus nomes serão mantidos em sigilo, assim como o resultado.
A medida é inspirada na política de prevenção de crimes entre policiais de Nova York. Hoje utiliza-se o exame antidoping até mesmo na contratação.
Em São Paulo, o teste antidoping começou a ser feito em 74 pela Faculdade de Farmácia da USP (Universidade de São Paulo), mas apenas para jogadores de futebol. Mais recentemente, até empresas particulares passaram a aplicar esse exame a seus funcionários. O laboratório da faculdade foi escolhido para fazer os testes do Probem.
Na cerimônia de lançamento marcada para hoje de manhã, os corregedores das Polícias Civil e Militar, Ruy Estanislau Silveira Mello e Luiz Carlos de Oliveira Guimarães, passarão pelo teste antidoping também.


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