DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal decidiu excluir os Estados de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão do horário de verão a partir da meia-noite de sábado.
A Bahia será o único Estado do Nordeste no horário de verão. O Ceará está fora do horário de verão a partir de hoje devido a uma liminar na Justiça.
Para todos os Estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Estado de Tocantins, o horário de verão termina no dia 18 de fevereiro do ano que vem. A decisão do governo foi tomada depois que a guerra jurídica entre o governo federal e os Estados havia recomeçado. Ontem, o Ceará conseguiu liminar contra o adiantamento dos relógios em uma hora e, em Brasília, já há ação na Justiça e projeto de lei na Câmara Distrital contra o horário de verão.
O governador de Sergipe, Albano Franco (PSDB), estava a caminho de Brasília para pedir, pessoalmente, ao presidente Fernando Henrique Cardoso a retirada do Estado do horário de verão. Os governadores do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB) e do Piauí, Francisco de Assis Souza, o Mão Santa (PMDB), já tinham enviado cartas com o mesmo pedido.
De acordo com pesquisa feita pela Aneel, a aprovação do horário de verão pela população da região Nordeste é de 66%. A média nacional de aprovação é de 80%. Os Estados da região Nordeste foram incluídos no horário de verão pela primeira vez em 1999. A justificativa da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a inclusão desses Estados este ano é a mesma do ano passado: "situação eletroenergética crítica".
A economia de energia durante o horário de maior consumo (intervalo variável de três horas entre as 17h e as 22h) no horário de verão é de 5,6%, o equivalente a 3.000 megawatts por dia ou a produção de cinco usinas de Angra 1, segundo cálculo da Aneel. Fora do horário de maior consumo, a economia estimada é de 0,7%, equivalente ao consumo mensal de uma cidade como Goiânia (GO). O principal objetivo do horário de verão, de acordo com a Aneel, é diminuir o consumo de energia no período de pico.
De acordo com os números apresentados pelo deputado Sérgio Novais (PSB-CE), no entanto, o Nordeste aumentou o consumo de energia em 5,02% durante a última edição do horário de verão (outubro de 99 a fevereiro de 2000) em comparação aos cinco meses anteriores. No Piauí foi registrada a maior diferença: 10,41% de aumento de consumo.


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