São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Unilever leva multa de R$ 10 mi por mau cheiro em Goiânia

Odor causado por fábrica de alimentos se espalhou por 25 bairros, afetando 100 mil pessoas, segundo a prefeitura

Agência ambiental diz que empresa negligenciou tratamento de resíduos; multinacional nega que tenha provocado problema


FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

A multinacional Unilever recebeu multa de R$ 10 milhões e teve a interdição de uma fábrica pedida pelo Ministério Público após ser acusada de provocar uma onda de mau cheiro que se espalhou por 25 bairros de Goiânia. A empresa, dona de uma unidade de produção de alimentos na cidade, nega que tenha causado o problema.
Segundo a prefeitura, falhas operacionais na unidade, a maior do mundo da Unilever na área de alimentos, provocaram o lançamento no ar de odores semelhantes aos de esgoto e de enxofre. A administração municipal estima que 100 mil pessoas tenham sido afetadas.
O auge da onda de mau cheiro ocorreu no começo do mês passado, mas ainda persiste nas proximidades da unidade, segundo a Agência Municipal de Meio Ambiente.
A empresa não pagou a multa, que foi aplicada pela prefeitura. Por meio de liminar (decisão provisória), conseguiu o direito de nova perícia por técnicos designados pela Justiça.
A agência ambiental afirma que a empresa operou acima da capacidade de produção e negligenciou o sistema de tratamento de resíduos. Também acusa a indústria de emitir gases tóxicos em quantidade superior ao permitido por lei.
A prefeitura diz que chegou a receber 500 reclamações por dia sobre o problema. A agência ambiental afirma que moradores diziam ter a impressão de que dormiam "ao lado de uma vala de esgoto". A unidade da empresa fica em uma região próxima ao centro da cidade.
A situação se agravou devido ao fenômeno da inversão térmica, que dificulta a dispersão de poluentes na atmosfera durante o inverno.
A Polícia Civil do Estado abriu inquérito para identificar a responsabilidade dos danos ao ambiente. O Ministério Público de Goiás também deve entrar com ação civil pública pedindo que a empresa indenize o município pelos prejuízos provocados.
A prefeitura diz que quem autorizou o funcionamento da fábrica foi o governo de Goiás. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente afirma que o licenciamento na época da instalação da unidade foi correto e que vai participar dos novos exames determinados pela Justiça. A perícia na fábrica deve ser feita na segunda-feira.


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