São Paulo, Quinta-feira, 18 de Novembro de 1999
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Escriturária tinha segurado carro

ALENCAR IZIDORO
da Reportagem Local

A escriturária Cláudia Aparecida Alves de Souza, 28, tinha acabado de fazer a vistoria do seguro de seu carro, comprado na semana passada, quando foi abordada e morta pelos assaltantes.
Era a primeira vez que ela saía com seu Ford Ka 97. No início da noite, tinha ido buscar sua irmã no trabalho.
Por volta das 21h, quando estava parada com o carro em um semáforo da avenida Adélia Chohfi, os ladrões anunciaram o assalto.
A polícia acredita que Cláudia estava parada com o veículo no sinal vermelho e, ao ser abordada por dois assaltantes, tenha acelerado o carro na tentativa de fugir. Ela levou um tiro no lado esquerdo da cabeça.
O veículo ficou desgovernado, bateu em um muro e parou na beira de um córrego. Os assaltantes fugiram sem levar nada.
Cláudia chegou a ser socorrida, mas morreu durante a madrugada no Hospital Santa Marcelina.
Até o início da noite de ontem, os policiais do 55º DP, onde o caso foi registrado, não tinham pistas dos assaltantes.

Família
Cláudia trabalhava no setor administrativo da Micro Lins Informática, em São Mateus, também na zona leste paulistana.
Era solteira e, segundo vizinhos e parentes, não tinha namorado. Morava com a família (pai, mãe, irmão de 14 anos e irmã de 19 anos) no conjunto habitacional Promorar, no Parque São Rafael (zona leste).
Anteontem foi o primeiro dia que ela usou o Ford Ka, embora o carro estivesse em sua casa desde o último sábado. Por não ter feito o seguro, ela não saiu de casa com o veículo no fim-de-semana.
Seu irmão, Claudionor Alves de Souza, disse não acreditar que Cláudia tenha tentado fugir ao ser abordada pelos assaltantes.
Segundo ele, ela deve ter deixado o veículo engatado e se assustado com a presença dos dois homens.
"Acho que ela se apavorou quando foi rendida pelos assaltantes. Ela era muito sossegada e entregaria o veículo. Até mesmo porque tinha acabado de fazer o seguro", disse Claudionor.
Antes de comprar o Ford Ka, Cláudia teve outros carros- o último foi um Uno 91.
Anteontem foi a primeira vez que ela fez o seguro de um veículo. De acordo com seu irmão, ela estava preocupada em ser assaltada porque se tratava de um carro mais novo, de maior valor.
Ontem à tarde, durante o velório, os familiares de Cláudia não quiseram dizer nada, por estarem abalados com o crime.
Seu enterro está previsto para a manhã de hoje, em Santo André (Grande São Paulo).



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