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SAÚDE
Ampicilina, medicamento que combate infecções bacterianas, estava sendo usada no Espírito Santo
Vigilância apreende antibiótico falso
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
A ANVS (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) determinou
ontem a proibição de venda e o
confisco de todos os medicamentos fabricados pelo Laboratório
Farmacêutico Bemen. A interdição vale para todo o território nacional.
A decisão foi tomada a partir de
denúncia recebida pela Vigilância
Sanitária do Espírito Santo de que
o lote 011 da ampicilina em cápsulas de 500 mg não tinha eficácia
terapêutica.
A ampicilina é um antibiótico
usado para tratar alguns tipos de
infecção bacteriana.
A ANVS decidiu interditar toda
a linha de produtos do laboratório porque ele não tinha a autorização necessária para fabricar remédios que é dada pela agência.
A denúncia sobre a falta de eficácia terapêutica da ampicilina foi
feita pela Secretaria Municipal da
Saúde de Divino de São Lourenço
(a 209 km de Vitória), que havia
comprado o medicamento para
distribuir nos postos de saúde da
região há um mês.
Foram enviadas amostras do
medicamento à Divisão de Vigilância Sanitária do Espírito Santo,
que comprovou a ineficácia da
ampicilina produzida pelo Laboratório Bemen.
Investigações feitas pela ANVS
apontaram que o endereço do laboratório que constava nas embalagens da ampicilina, em Blumenau (Santa Catarina), era falso.
Desde o início da semana, um
fiscal da ANVS está em Divino de
São Lourenço tentando descobrir
qual o caminho percorrido pela
ampicilina falsa até chegar à cidade.
CPI dos Medicamentos
A Câmara dos Deputados instalou ontem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Medicamentos, que irá investigar os reajustes abusivos de preços e a falsificação de remédios, materiais
hospitalares e insumos.
Segundo o deputado Nelson
Marchezan (PSDB-RS), presidente da CPI, laboratórios e distribuidoras acusados de falsificar medicamentos estão entre os primeiros a depor.
"Temos que chegar ao fim da
CPI com soluções concretas para
acabar com os reajustes acima da
inflação. Também precisamos
acabar de uma vez por todas com
os casos de falsificação de medicamentos", disse Marchezan.
A primeira reunião da CPI está
marcada para a próxima quarta-feira, quando será definido o roteiro de trabalho. O diretor-presidente da ANVS, Gonzalo Vecina
Neto, e os ministros José Serra
(Saúde) e Pedro Malan (Fazenda)
também serão convocados.
A CPI é composta por 18 deputados e tem 120 dias para concluir
seus trabalhos, podendo ser prorrogada por mais 60 dias.
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