São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2001

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VIOLÊNCIA

Mais quatro foram mortos na madrugada de ontem

Grupo invade festa de aniversário e mata 4 pessoas na zona sul de SP

DO "AGORA"

Pelo menos oito pessoas morreram e cinco ficaram feridas em uma chacina e dois duplos homicídios na madrugada de ontem na capital paulista. Essa é a 61ª chacina na Grande SP neste ano.
Em uma festa de debutante na favela Vila Nova Cidade (zona sul), quatro pessoas foram mortas quando dez homens armados com revólveres e escopetas invadiram o local. Os assassinos se identificaram como policiais e dois deles, encapuzados, mandaram que Valdir Ferreira dos Reis, 29, Cleberson Gomes de Souza, 19, e Saul de Almeida Santos, 20, ficassem no local, de joelhos, e que as outras pessoas saíssem. A mulher de Reis, Kátia Clícia Gomes de Souza, 22, pediu que os homens não atirassem em seu marido, mas foi morta, assim como o irmão, E.G.N, 13. Souza sobreviveu, mas está em estado grave. A hipótese da polícia é de acerto de contas. "É comum bandidos abordarem as vítimas se dizendo policiais", disse o delegado Milton César Coccaro.
Em Pirituba (zona norte), dois homens dispararam 15 tiros em um grupo de seis pessoas que estava em um terreno. Duas morreram e quatro ficaram feridas. O outro duplo homicídio foi num bar em Cidade São Jorge, Santo André (Grande SP). Segundo policiais, três homens encapuzados mataram Atemedes Souza Lima, 25, e Reinaldo Gil Moyano, 37.
No Rio, quatro corpos de homens foram achados na entrada da favela Bateau Mouche, em Jacarepaguá (zona oeste), anteontem. Todos tinham marcas de bala. O delegado Luís Lima informou não poder passar mais detalhes sobre as mortes devido à determinação do secretário da Segurança Pública, Josias Quintal, que na sexta-feira proibiu policiais de darem entrevista. A decisão foi publicada em boletim das polícias Civil e Militar. No texto, ele explica que tomou a decisão "em virtude de reiteradas entrevistas de policiais, civis e militares, aos órgãos de imprensa, contendo visões parciais, equivocadas, e dados estatísticos imprecisos que, embora de boa-fé, contribuem para gerar e aumentar a sensação de insegurança na população".


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