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Zeca Pagodinho leva polêmica ao Paulistano
Sócios descontentes do clube se queixam da apresentação do sambista, marcada para acontecer no dia 28
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
No que depender de alguns
sócios, o cantor Zeca Pagodinho vai receber a "bola preta"
do clube Paulistano, reduto de
endinheirados e quatrocentões
dos Jardins (bairro nobre localizado na zona oeste de São
Paulo).
Desde que foi divulgado o
show no salão do clube, para o
dia 28, que encerra a temporada deste ano, a ouvidoria tem
recebido e-mails e telefonemas
de membros descontentes com
a apresentação do sambista.
Numa das mensagens, um
sócio desgostoso chama o músico de "cachaceiro" e sugere
que ele "vá se apresentar para o
pessoal do Corinthians".
O clube desconversa e diz
que a ouvidoria recebeu apenas
três reclamações relativas ao
evento e que o show foi pedido
pelos próprios sócios.
Nos vestiários, o que se conta
é que a eleição para a diretoria,
prevista para 2 de dezembro,
quatro dias depois da apresentação de Zeca Pagodinho, é o
que tem acirrado os ânimos,
entre gente das chapas de oposição e da situação.
"O barulho que está se fazendo é maior que a realidade. O
clube é fechado, alguns elogiam, outros falam mal, mas temos de administrar", diz Paschoalino Pierri, diretor social.
"Tem gosto para tudo. Qualquer pagode e samba agradam,
sempre tem público. Uns
acham que não está adequado
para o clube. O Zeca faz sucesso", completa.
"Um senhor de 85 anos tem
reclamado bastante", diz o ouvidor Evandro Miguel Audi.
"Era só o que faltava trazer,
esse pagodeiro. O clube vive de
exclusividade. Daqui a pouco
vão fazer baile funk", diz um sócio que pede anonimato.
E o Zeca, hein? Com repertório de músicas que incluem
"Cotidiano Pobretão" e "Vou
Botar Teu Nome na Macumba", o sambista, que se apresenta pela primeira vez no Paulistano, disse que desconhecia a
discórdia e que os sócios "deveriam primeiro ouvir o show".
Neste ano, a diretoria social
diz ter negociado shows de Roberto Carlos, Ivete Sangalo e
Chitãozinho e Xororó, que, por
incompatibilidade de agenda
ou de cachês, não aconteceram.
Mas o grupo de pagode Fundo de Quintal tocou no clube
Paulistano há alguns meses.
Para Zeca Pagodinho, 1.250
ingressos foram colocados à
venda ontem. No primeiro dia,
488 sócios e 209 convidados
compraram entradas a R$ 40 e
R$ 80, respectivamente.
Com 10 mil sócios titulares e
contribuintes, que levam mais
15 mil dependentes, o clube é
freqüentado diariamente por
3.700 pessoas, que usufruem
de 39 modalidades esportivas.
Para se associar, é preciso indicação de um grupo de membros
veteranos e pagar adesão de
R$ 160 mil, além da taxa de manutenção mensal de R$ 400.
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