São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Zeca Pagodinho leva polêmica ao Paulistano

Sócios descontentes do clube se queixam da apresentação do sambista, marcada para acontecer no dia 28

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

No que depender de alguns sócios, o cantor Zeca Pagodinho vai receber a "bola preta" do clube Paulistano, reduto de endinheirados e quatrocentões dos Jardins (bairro nobre localizado na zona oeste de São Paulo).
Desde que foi divulgado o show no salão do clube, para o dia 28, que encerra a temporada deste ano, a ouvidoria tem recebido e-mails e telefonemas de membros descontentes com a apresentação do sambista.
Numa das mensagens, um sócio desgostoso chama o músico de "cachaceiro" e sugere que ele "vá se apresentar para o pessoal do Corinthians".
O clube desconversa e diz que a ouvidoria recebeu apenas três reclamações relativas ao evento e que o show foi pedido pelos próprios sócios.
Nos vestiários, o que se conta é que a eleição para a diretoria, prevista para 2 de dezembro, quatro dias depois da apresentação de Zeca Pagodinho, é o que tem acirrado os ânimos, entre gente das chapas de oposição e da situação.
"O barulho que está se fazendo é maior que a realidade. O clube é fechado, alguns elogiam, outros falam mal, mas temos de administrar", diz Paschoalino Pierri, diretor social.
"Tem gosto para tudo. Qualquer pagode e samba agradam, sempre tem público. Uns acham que não está adequado para o clube. O Zeca faz sucesso", completa.
"Um senhor de 85 anos tem reclamado bastante", diz o ouvidor Evandro Miguel Audi.
"Era só o que faltava trazer, esse pagodeiro. O clube vive de exclusividade. Daqui a pouco vão fazer baile funk", diz um sócio que pede anonimato.
E o Zeca, hein? Com repertório de músicas que incluem "Cotidiano Pobretão" e "Vou Botar Teu Nome na Macumba", o sambista, que se apresenta pela primeira vez no Paulistano, disse que desconhecia a discórdia e que os sócios "deveriam primeiro ouvir o show".
Neste ano, a diretoria social diz ter negociado shows de Roberto Carlos, Ivete Sangalo e Chitãozinho e Xororó, que, por incompatibilidade de agenda ou de cachês, não aconteceram.
Mas o grupo de pagode Fundo de Quintal tocou no clube Paulistano há alguns meses.
Para Zeca Pagodinho, 1.250 ingressos foram colocados à venda ontem. No primeiro dia, 488 sócios e 209 convidados compraram entradas a R$ 40 e R$ 80, respectivamente.
Com 10 mil sócios titulares e contribuintes, que levam mais 15 mil dependentes, o clube é freqüentado diariamente por 3.700 pessoas, que usufruem de 39 modalidades esportivas. Para se associar, é preciso indicação de um grupo de membros veteranos e pagar adesão de R$ 160 mil, além da taxa de manutenção mensal de R$ 400.


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