São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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ANÁLISE

Só celeridade e continuidade darão confiança ao projeto

RAUL JUSTE LORES
EDITOR DE MERCADO

Com o apagão de terrenos nas áreas valorizadas, sobretudo para grandes edifícios comerciais, a Nova Luz se torna mais urgente.
Ao determinar a união de áreas residenciais e comerciais e o alargamento de calçadas em detrimento dos carros, o novo projeto corrige os erros repetidos pela iniciativa privada na região da Berrini.
Programas bem sucedidos de revitalização, da HafenCity em Hamburgo ao Malecón de Guayaquil, dosaram investimentos públicos e privados e evitaram o urbanismo setorizado de Brasília.
Mas, como diversos projetos para o centro deram poucos resultados, serão necessários mais que belos croquis para atrair a iniciativa privada e moradores de diferentes classes sociais à Nova Luz.
O Estado promoveu um congestionamento de equipamentos culturais classe A na região (Pinacoteca, Sala São Paulo, Museu da Língua Portuguesa), mas se esqueceu de projetos residenciais, populares e de classe média. Suas ruas continuam vazias.
O projeto da Nova Luz fala de edificações-âncora, que "irão atrair as pessoas". Mas não diz como será a construção dos prédios. Haverá concursos de arquitetura? Ou os mesmos de sempre não deixarão variar um pouco a paisagem paulistana? O poder público dará o exemplo de construir com qualidade, já que a iniciativa privada ignora os efeitos regeneradores e icônicos da arquitetura?
A prefeitura levou uma década para iniciar a reforma da praça Roosevelt. Só a celeridade nos trâmites e a continuidade podem garantir mais confiança à Nova Luz.


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