São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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GUILHERMINA RIBEIRO DA SILVA
(1928-2010)


Dona Miúda do capim dourado

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Na comunidade quilombola de Mumbuca, na região do Jalapão, no Tocantins, até pouco tempo atrás não havia geladeira nem fogão. A situação mudou quando a líder local começou a ensinar técnicas de artesanato com capim dourado às mulheres de lá.
Guilhermina Ribeiro da Silva, mais conhecida como dona Miúda, por ser uma mulher pequenininha, foi a responsável pela iniciativa.
As bolsas e cestas produzidas no povoado se tornaram conhecidas, passaram a ser vendidas dentro e fora do Brasil, e ajudaram Mumbuca a melhorar de condição, como conta a filha Antônia.
No vilarejo, pertencente ao município de Mateiros, há uma lojinha da associação onde os itens são vendidos. É tudo à base do mato de cor brilhante típico da região.
Dona Miúda começou a trabalhar ainda criança, quando aprendeu artesanato com a mãe, dona Laurina, descendente de índios.
Com Antônio Beato da Silva, um descendente de escravos que trabalhou como garimpeiro no Piauí, ela se casou e teve 11 filhos, sendo nove mulheres, todas artesãs.
Hoje, os moradores de Mumbuca só botam o pão à mesa se os turistas comprarem o capim dourado, diz a família da líder do povoado.
Miúda costumava viajar para divulgar os produtos. Há poucos anos, ficou encantada ao conhecer o Rio de Janeiro e ver o mar pela primeira vez. "Foi até botar os pés na água", lembra a filha.
Na quinta, ela morreu aos 82, após parada cardíaca. Tinha um tumor no fígado. Deixa netos e bisnetos. No velório esteve o governador do TO, Carlos Gaguim (PMDB).

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