São Paulo, quarta-feira, 18 de dezembro de 2002

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LEGISLATIVO

Sessão foi a primeira após vitória de Arselino Tatto

Votações favorecem PT e mostram reagrupamento de base aliada

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Reagrupada após a disputa pela presidência da Câmara, a base governista ajudou ontem o PT a aprovar com folga o início da tramitação de projetos de interesse de governo, como os do IPTU, ISS e taxa de lixo, e até apoiou a aprovação de uma CPI proposta por um vereador petista.
A sessão de ontem foi a primeira após o vereador Arselino Tatto (PT) impor, no domingo, derrota a um grupo de 25 vereadores que apostaram na candidatura de Antônio Carlos Rodrigues (PL) para a presidência do Legislativo.
Parte do grupo, porém, voltou a integrar a base governista ontem. No caso da Comissão Parlamentar de Inquérito, eles apoiaram a apuração de supostas irregularidades na construção das chamadas "escolas de latinha" -unidades provisórias de aço construídas nos governos Paulo Maluf (93-96) e Celso Pitta (97-00).
A apuração, que deverá ser iniciada somente no ano que vem, será presidida pelo vereador Beto Custódio (PT). Segundo vereadores da oposição, o assunto já foi investigado em outra comissão, no ano passado.
Além do pedido de Custódio, havia cerca de 45 pedidos de CPI protocolados na Câmara. A oposição defendia a aprovação de comissão para investigar supostas irregularidades na área de transporte. A CPI foi proposta pelo vereador Gilberto Natalini (PSDB), que faz oposição ao governo.
"Quem quiser investigar corrupção, vota não. Quem quiser "pizza de latinha", vota sim", gritava ontem o vereador Gilberto Natalini (PSDB) durante a votação da CPI de Custódio ontem.
Sem maioria, a oposição teve que assistir a vitória do governo. Eram precisos apenas 28 votos favoráveis entre os 55 vereadores, mas o placar foi de 31 contra 12.
O governo também conseguiu maioria para aprovar ontem o relatório do Orçamento de 2003 na Comissão de Finanças, integrada por nove vereadores. O documento aprovado foi apresentado pelo vereador José Viviani Ferraz (PMDB) e dá 10% de taxa de remanejamento à administração.
A margem, pedida pelo governo, trata da porcentagem do Orçamento de 2003 que poderá ser realocada livremente.
O relatório oficial, de Eliseu Gabriel (PDT), nem sequer foi votado por vingança de governistas derrotados no domingo -o pedetista deixou na última hora de integrar grupo de Rodrigues.


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