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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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TRÂNSITO

Veículo parado na via durante 15 minutos causa 3,5 km de congestionamento; CET culpa a falta de manutenção

SP tem 1 caminhão quebrado a cada 20 min

Samir Baptista/Folha Imagem
Caminhão com CO2 que tombou na marginal Pinheiros, bloqueando faixas por mais de seis horas


ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A cada 20 minutos, um caminhão quebrado atrapalha a fluidez do trânsito de São Paulo. E, de três a quatro vezes por dia, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) é obrigada a fazer interferências em ruas e avenidas por conta de cargas espalhadas na pista, tombamentos ou excesso de altura desses veículos pesados.
Os dados -parte de um estudo feito em novembro pela CET- apontam ainda que, embora representem perto de 15% da frota que circula diariamente nas marginais Pinheiros e Tietê (e 3% do total de veículos registrados em São Paulo), os caminhões respondem por 37% dos veículos quebrados socorridos nessas vias.
Segundo estimativas dos engenheiros da CET, um veículo quebrado e parado nos picos por 15 minutos, nas marginais ou no corredor da avenida 23 de Maio (que liga as zonas norte e sul da capital paulista), é suficiente para causar, em média, 3,5 km de lentidão -extensão superior à da avenida Paulista inteira. O tempo médio para a chegada dos agentes de trânsito é hoje de 12,2 minutos.
Somente nesta semana, São Paulo teve três acidentes graves com caminhões que trouxeram problemas ao trânsito. O último aconteceu às 22h de anteontem, quando um caminhão que transportava dióxido de carbono (CO2, que não é tóxico) tombou na pista expressa da marginal Pinheiros, no sentido Interlagos-Castello Branco. O motorista ficou preso nas ferragens, houve focos de incêndio e interdição das faixas por mais de seis horas.
Na manhã do mesmo dia, houve outros dois acidentes graves envolvendo caminhões -na 23 de Maio, um cilindro metálico que estava na caçamba de um caminhão caiu; na marginal Tietê, uma carreta com lixo tombou.
Só em novembro houve oito tombamentos de carretas atendidos pela CET. Em outros 73 casos, houve queda de carga na pista.
O presidente da CET, Francisco Macena, atribui à falta de manutenção as principais causas dos veículos quebrados. Entre os caminhões a situação é pior por causa da idade média da frota -que ultrapassa 18 anos.
O total de veículos socorridos pela companhia em apenas um mês ultrapassa 12 mil. Os principais problemas detectados são os defeitos mecânicos (53%), elétricos (12%) e pneus furados (8%).
"É uma situação que será resolvida com a inspeção veicular", diz Macena, referindo-se à vistoria obrigatória prevista pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) para começar no final de 2004. Segundo ele, 35% da frota de SP poderá ser reprovada.
A vistoria, porém, poderá não barrar a chamada frota "clandestina", formada principalmente por veículos antigos, que não paga IPVA e roda irregularmente sem licenciamento e sem pagar as multas. Ela beira 30%, diz a CET.


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